[weglot_switcher]

Moçambique: Forças governamentais desativam esconderijos de armas

As forças governamentais desativaram dois esconderijos de armas usadas por grupos armados que protagonizam ataques na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, disse o Exército do país.
António Silva/Lusa
19 Outubro 2022, 20h28

As forças governamentais desativaram dois esconderijos de armas usadas por grupos armados que protagonizam ataques na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, disse um oficial do Exército moçambicano.

O chefe do Estado-Maior conjunto no distrito de Mocímboa da Praia, André Mahunguana, apresentou o material apreendido aos jornalistas, incluindo armas do tipo AK-47, lança granadas, munições, roquetes e carregadores.

O material bélico “estava enterrado num espaço bem preparado, arrumado, numa lona e com capim por cima” de uma maneira que “era difícil descobrir”, afirmou Mahunguana.

Considerando uma das maiores capturas de armas dos grupos armados que atuam em Cabo Delgado, o oficial assinalou que a desativação dos esconderijos aconteceu em 13 de outubro, no posto administrativo de Mbau, em Mocímboa da Praia, depois de denúncias de pessoas que tinham sido raptadas pelos “terroristas”.

A maioria dos artefactos está “operacional e será reutilizada” pelas forças governamentais, avançou André Mahunguana.

“O apelo à população é que continue a contribuir, a colaborar”, referiu, estendendo o apelo aos próprios membros dos grupos armados. “Qualquer um é livre de dizer: ‘eu abandonei a minha arma, o meu carregador’” neste sítio.

Recordou a amnistia anunciada pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para os insurgentes, exortando-os a entregarem-se às forças governamentais e a denunciarem esconderijos de armas.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de violência a sul da região e na vizinha província de Nampula.

Em cinco anos, o conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.