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Moçambique, o fim do paraíso

Viagem por dois livros que têm Moçambique no seu epicentro: em Cabo Delgado o conflito cujas razões urge identificar, na ilha de Moçambique o tempo reparador que ajuda a refletir.
26 Julho 2020, 18h00

Entre nós, Moçambique é quase desconhecido, se não mesmo ignorado. Apesar da longa relação histórica entre as duas nações, este país da costa oriental africana é remotamente conhecido e apenas na sua versão mais exótica. Praias extensas de areia fina e águas límpidas a par do Parque Nacional da Gorongosa vendem esse produto turístico chamado Moçambique. Essa informação turística baseia-se numa perspetiva exótica do país que, em simultâneo, se baseia na oferta de praias paradisíacas e na possibilidade de contactar com essa natureza estranha e indomável. A história e o património ficam relegados para um nicho de mercado mais ligado ao turismo cultural e, sobretudo, centrado na Ilha de Moçambique, antiga capital da então província colonial. Contudo, a dificuldade em lá chegar torna esta ilha mais atraente para intelectuais e estudiosos do que propriamente para o viajante comum.

Resumidamente, aos olhos do português comum, Moçambique é isto e pouco mais. A diversidade étnica e cultural, a história recente, exceção feita à guerra colonial para as gerações mais velhas, a gastronomia, os desafios políticos e sociais são algo estranho aos olhos e ouvidos portugueses, apesar de uma história comum até há escassas quatro décadas e meia atrás.

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