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Modelo do hotel espacial de Jeff Bezos escolhido para desenvolver a nova Estação Espacial Internacional da NASA

Tendo chegado ao espaço com a sua própria empresa, Bezos quer expandir a sua visão de turismo comercial para uma estação permanente, que serviria como um ‘hotel espacial’ onde os clientes pudessem ficar algum tempo. Mas o verdadeiro motivo do interesse da NASA é pelo “uso misto”, ou seja, o hotel também permitiria a instalação de módulos dedicados a experiências científicas.
3 Dezembro 2021, 16h14

A Blue Origin, empresa de Jeff Bezos ligada ao sector espacial, apresentou em outubro de 2020 aquilo que seria um inédito hotel no espaço. Volvidos quase dois anos, a NASA selecionou o projeto como um dos possíveis modelos sucessores à atual Estação Espacial Internacional (ISS – sigla em inglês), em conjunto com a Boeing e a Sierra Space.

A ISS tem um prazo de validade, estabelecido pela NASA, até dezembro de 2024, embora a agência norte-americana admita que poderá continuar a funcionar “sem problemas” até 2028. No entanto, a NASA decidiu abrir um concurso público, onde as empresas do sector espacial eram convidadas a apresentarem estruturas capazes de substituir a atual ISS, através do programa de desenvolvimento comercial, LEO.

O LEO pretende financiar três projetos com o objetivo de desenvolver uma estação espacial privada. As três empresas selecionadas que apresentaram os projetos mais ambiciosos foram a Northtrop Grumman, que receberá 125,6 milhões de dólares (111,3 milhões de euros), a Nanoracks, que receberá 160 milhões de dólares (141,8 milhões de euros) e a Blue Origin, que receberá 130 milhões de dólares (115,2 milhões de euros).

Embora todos os projetos estejam num estado semelhante e tenham muitos pontos em comum, o projeto da Blue Origin foi o que atraiu mais atenção devido ao seu proprietário, Jeff Bezos – um dos três homens mais ricos do mundo.

Tendo chegado ao espaço com a sua própria empresa, Bezos quer expandir a sua visão de turismo comercial para uma estação permanente, que serviria como um ‘hotel espacial’ onde os clientes pudessem ficar algum tempo. Mas o verdadeiro motivo do interesse da NASA é pelo “uso misto”, ou seja, o hotel também permitiria a instalação de módulos dedicados a experiências científicas.

A NASA destacou que uma infraestrutura partilhada como a proposta da Blue Origin pode atender às necessidades tanto do sector comercial quanto de investigação, indústria e governo, minimizando os custos. Por outras palavras, a NASA admite que permitirá o turismo espacial, e que a rentabilidade daí obtida pode sustentar a estação para fins mais ‘sérios’ como os que a ISS tem agora.

No entanto, a Blue Origin tem uma competição forte. Do projeto Nanoracks, a NASA elogia que o seu desenho permitirá que quatro astronautas permaneçam sempre em órbita, com a mesma potência, volume e capacidade da atual ISS, o que pode atender melhor às suas exigências.

Finalmente, o projeto Northrop Grumman tem a vantagem de contar com o apoio direto da NASA e do exército dos EUA há várias décadas. A empresa utiliza elementos já comprovados, bem como um sistema modular com várias portas que permitirá futuras expansões, incluindo gravidade artificial.

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