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Moderna supera concorrentes e dispara 275% em bolsa

Com lucros de três dígitos, a Novavax segue em segundo, com 120%, apesar de a empresa ter adiado pela segunda vez os planos de aprovação da sua vacina para o quarto trimestre de 2021. Lucros que ofuscam os aumentos menos significativos das farmacêuticas Pfizer (30%), AstraZeneca e Johnson & Johnson, que se valorizaram em torno de 15% e 12%, respetivamente.
14 Agosto 2021, 17h22

A Pfizer foi a primeira farmacêutica a anunciar, a 9 de novembro de 2020, a eficácia da sua vacina contra a Covid-19, anúncio que marcaria um ponto de viragem na evolução da pandemia. Porém, nove meses depois, a AstraZeneca é, com dados de 12 de agosto, a vacina mais administrado. Por outro lado, para os mercados o “vencedor” é outro, a Moderna, que até ao momento triplicou o seu valor na bolsa com uma recuperação de 275%, segundo o “El Economista”.

Com lucros de três dígitos, a Novavax segue em segundo, com 120%, apesar de a empresa ter adiado pela segunda vez os planos de aprovação da sua vacina para o quarto trimestre de 2021. Lucros que ofuscam os aumentos menos significativos das farmacêuticas Pfizer (30%), AstraZeneca e Johnson & Johnson, que se valorizaram em torno de 15% e 12%, respetivamente.

A Moderna não é apenas a mais otimista entre as concorrentes, mas também de todo o S&P 500, índice do qual faz parte desde 21 de julho, substituindo a Alexion Pharmaceutical. As suas ações subiram 25% desde aquela data, embora a entrada no índice não tenha sido o único catalisador.

Nos Estados Unidos, a aplicação de uma dose de reforço das vacinas Covid-19 da Pfizer e Moderna foi autorizada para pessoas com sistema imunológico comprometido, o que acabou por contribuir para a valorização das duas farmacêuticas.

Os números em bolsa, espelham que há um antes e um depois do surgimento das vacinas contra Covid-19. O exemplo mais óbvio é o da Moderna, empresa que surgiu na sombra de Harvard, e com apenas três anos de atuação na bolsa. Antes de desenvolver a sua vacina baseada em RNA mensageiro, a empresa era uma pouco conhecida a nivel mundial.

Em outubro de 2020, quando ainda não havia recebido autorização para a sua vacina, a previsão de lucro líquido da Moderna para 2021 era de 900 milhões de euros, segundo os analistas da FactSet, enquanto agora a estimativa é de 10,7 mil milhões de euros, 12 vezes mais. Em 2022, o consenso do mercado prevê que a Moderna fature 9,3 mil milhões de euros, em comparação com os cerca de 1,3 mil milhões previstos em outubro do ano passado.

No caso da Pfizer, a parceria com a BioNTech para colocar a sua vacina no mercado fará com que o seu lucro líquido em 2021 seja 50% superior ao previsto em outubro do ano passado. De uma faturação estimada de 12,7 mil milhões de euros, passará para 19,1 mil milhões este ano. A empresa tem as ações mais baratas entre os seus pares de, que são compradas por 11,7 vezes o seu lucro de 2021, o que dá um desconto de 27% em relação à média em que os pares são listados.

Por outro lado, está a AstraZeneca, principal representante britânica na luta contra a pandemia. No início do ano, esperava-se da farmacêutica um lucro líquido de 5,5 mil milhões de euros, mas que agora ascende aos 6,1 mil milhões, mais 8,5% para 2021.

Onde existe a maior diferença é no caso do Novavax. Se no início de janeiro, os analistas estimava um lucro líquido de 1,1 mil milhões de euros, agora são esperadas perdas de quase 500 milhões em 2021 devido ao atraso na aprovação da sua vacina.

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