A Moody’s mantém o outlook estável para o sistema bancário português. Apesar de a agência de notação prever um abrandamento da economia nacional este ano, o desempenho será mais forte em comparação com outros países europeus.
“Estimamos que o crescimento do produto interno produto do país abrande em 2023, depois de um crescimento forte de 6,7% em 2022”, afirma María Vinuela, analista da Moody’s, num comunicado divulgado esta quarta-feira. No entanto, refere, a expansão da economia “vai continuar acima da média prevista para a zona euro”.
Por outro lado, o “desemprego vai manter-se estável”, bem como os preços das casas depois de terem “subido acentuadamente em 2021 e 2022, suportado o ambiente operacional dos bancos”.
“Os bancos portugueses também vão beneficiar da redução da dívida das famílias”, adianta a analista da agência de notação, o que vai ajudar os clientes bancários a lidar com a diminuição do rendimento disponível provocada pela escalada da inflação.
A Moody’s projeta uma “deterioração moderada” da qualidade dos ativos da banca. “Prevemos que o crédito malparado aumente moderadamente à medida que a inflação penaliza o rendimento das famílias e empresas”, indica María Vinuela. Os empréstimos em “stage 2” – ou seja, crédito em risco de entrar em incumprimento – recuaram de um pico de 13,3% alcançado em 2021, situando-se agora em níveis pré-pandemia (10,1%).
A analista refere ainda que o capital da banca deverá manter-se estável. “Prevemos poucas alterações na posição de capital dos bancos portugueses durante o período em análise”, afirma, ainda que a “capitalização da banca nacional se mantenha fraca em comparação com os rivais europeus”.
Por outro lado, a subida das taxas de juro vai melhorar a rentabilidade do sector financeiro. “A rentabilidade dos bancos portugueses começou a beneficiar da subida dos juros na segunda metade do ano passado. Esta tendência vai acelerar em 2023” à medida que as taxas continuam a subir e perante um aumento lento de remuneração dos depósitos perante o excesso de liquidez no sistema.
“O aumento das margens será maior para os bancos portugueses em comparação com os pares europeus devido à sua elevada exposição a empréstimos a taxa variável”, conclui.
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