A dependência do setor do turismo, e o peso de empresas como a TAP, a CP e a Infraestruturas de Portugal, vão colocar Portugal no lote de países europeus que vão recuperar de forma mais lenta e frágil, avisou esta quarta-feira a agência de notação Moody’s.
“Este ano deverá ser melhor que 2020 em termos de recuperação económica geral, mas a recuperação será para níveis de 2019”, disse Carlos Winzers, senior vice president de corporate finance, no evento online ‘Credit Trends – Portugal’s post-pandemic growth opportunities‘.
Alertou, no entanto, que a retoma “será frágil, lenta e desequilibrada entre países e setores”.
“Os países que são dependentes do turismo, como Espanha e Portugal, país que tem empresas como a CP, a IP e a TAP, irão continuar a ser mais afetados do que os que têm maior foco na manufactura ou serviços profissionais”, sublinhou.
Por setores, a maioria das indústrias que a Moody’s cobre têm agora outlooks estáveis, com a excepção das telecoms e da aviação na Europa, que têm perspetivas negativas, mas também tem setores como o papeleiro, a refinação e marketing com perspetivas positivas.
“Alguns setores vão continuar a recuperar de forma mais rápida de que outros. Os que foram muito afectados pelos confinamentos e distanciamento social continuarão a ser os mais penalizados em 2021, mas uma vez recuperada a a a mobilidade, com a imunidade de grupo e a vacinação, veremos uma recuperação de setores como o entretenimento e a restauração”, explicou Winzers.
“Outros irão demorar mais. Acreditamos que a indústria da aviação, o turismo de longo curso, o setor automóvel, estes irão demorar mais tempo a recuperar”, concluiu.
[Atualizada às 10h51]
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