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Moody’s: preço médio do barril WTI deverá ficar abaixo dos 57 dólares em 2020

O preço médio do barril de petróleo de referência para o mercado norte-americano deverá recuperar de forma “modesta” no final do ano, mas ficará abaixo do preço médio registado no ano passado, conclui a Moody’s.
10 Março 2020, 18h34

A agência de notação norte-americana sugere que, em 2020, e partindo de um cenário de contenção do coronavírus e da retoma da atividade, o West Texas Intermediate deverá ficar abaixo dos 57 dólares por barril, que foi o preço médio registado em 2019.

A Moody’s defende que os produtoras e extratoras de petróleo norte-americanas têm uma “exposição limitada” à disrupção causada na cadeia de valor devido ao coronavírus. “O nosso cenário de base assume que as famílias e as empresas na China vão retomar a atividade normal a meio do ano. Neste cenário, uma recuperação total da atividade económica e a procura por petróleo vão demorar mais tempo devido aos inventários em excesso de petróleo e de produtos petrolíferos que continuam a acumular, com uma lenta recuperação dos preços na segunda parte de 2020”, frisa a agência de notação.

Ainda assim, a Moody’s salienta que a elevada volatilidade que se tem registado nos preços do “ouro negro” não é isenta de riscos. As empresas que atuam na exploração e produção, assim como as que atuam na indústria extrativa, serão diretamente mais afetadas, principalmente as que têm necessidades de refinanciamento nos próximos seis a doze meses.

Na exploração e produção de petróleo, a Moody’s refere que devido aos choques, quer do lado da oferta, quer do lado da procura de petróleo, fará com que as empresas que atuam nesta atividade da cadeia de valor da indústria petrolífera, serão forçadas “a tomar ações drásticas ao nível dos custos [de produção] e reduzir o investimento para fazer face ao ambiente adverso do preço da matéria-prima que se fará sentir em 2020”.

“As empresas que mais elevados custos de estrutura vão sofrer uma erosão do fluxo de caixa e de liquidez mais profunda”, salienta a agência de notação. Também as empresas com um rating B1 ou menor, ou aquelas com elevada dívida, estarão entre as mais vulneráveis.

Em sentido contrário, a Moody’s argumenta que as empresas com notação de “investimento”, ou mais, conseguirão fazer face ao choque de preços mais facilmente.

Também as empresas que atuam na indústria extrativa poderão ser afetadas por causa do coronavírus, especialmente se este não for contido, em três níveis: disrupções na cadeia de valor, menor procura por serviços de extração de petróleo e menor capital disponível para participar nos mercados de capitais.

Já as empresas que atuam na atividade de refinaria de petróleo vão gerar menos receitas no caso de o coronavírus continuar a ter impactos negativos na economia. Neste contexto, a Moody’s lembra que “o consumo de produtos refinados, como o diesel ou combustível para aviões, vai contrair devido à menor atividade manufatureira chinesa, menores volumes de carga marítima a nível mundial, e cancelamentos de voos”.

 

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