[weglot_switcher]

Moody’s: Venda do Banco Popular reforça credibilidade europeia

A agência de notação financeira avalia positivamente a operação de compra do banco espanhol pelo Santander, considerando que é uma vitória para o sistema de resolução europeu.
12 Junho 2017, 12h12

A venda do Banco Popular ao Santander por apenas um euro foi a primeira medida formal decidida pelo Conselho Único de Resolução para evitar uma falência que abalasse a banca espanhola. A decisão foi, segundo a agência Moody’s, uma execução eficaz da resolução do banco que resulta num reforça da credibilidade do mecanismo europeu.

“A execução efetiva, pelo Conselho Único de Resolução, da resolução do Banco Popular acrescenta credibilidade à posição oficial da UE de que os credores bancários suportarão mais consistentemente o custo do fracasso na Diretiva de Recuperação e Resolução da Banca (DRRB) e que o conjunto de ferramentas disponível às autoridades permitirá lidar com bancos problemáticos sem usar fundos públicos”, explicou o vice-presidente da Moody’s e autor do relatório, Simon Ainsworth.

A decisão tomada na passada terça-feira foi a primeira oficial do Conselho Único de Resolução, que foi formado no ano passado, e seguiu-se à determinação do Banco Central Europeu (BCE) que o Banco Popular estava em risco de colapso. O conselho usou o seu poder para vender a instituição espanhola ao maior concorrente, o Santander. Apesar de a operação ter envolvido um valor simbólico, implica que o Santander realize uma recapitalização de sete mil milhões de euros.

“Ao contrário do que aconteceu no caso recente do banco italiano Banca Monte dei Paschi di Siena, a abordagem adotada pelas autoridades europeias está, desta vez, em linha com as palavras e o espírito da DRRB da EU” explica o relatório da Moody’s. As perdas do banco afetam os credores juniores, mas não os seniores ou os contribuintes.

“A ação é positiva para os créditos seniores do banco e, de forma mais abrangente, para a estabilidade financeira”. Por outro lado, a Moody’s lembra que no período que antecede a absorção de perdas, mantém-se pouco claro o que poderá acontecer caso o banco em falência tenha uma carência de capital que afete os credores seniores ou depositantes institucionais, dando como exemplo o Monte dei Paschi.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.