Morgan Stanley reduz preço-alvo da Farfetch de 20 dólares para 5 dólares por ação
A empresa liderada por José Neves e cotada em Nova Iorque, a Farfetch, foi “cortada” pelo banco Morgan Stanley. A casa de investimento deixou de recomendar overweight (recomendação atual é de equal-weight) e reduziu o preço-alvo de 20 dólares para 5 dólares por ação, revela a MTrader que cita dados da Bloomberg. Segundo os mesmos dados o preço-alvo médio atribuído pelos analistas é de 6,48 dólares por ação .
O Morgan Stanley afirma que o alto nível de volatilidade e a existência de “catalisadores de curto prazo limitados tornam difícil permanecer otimista” em relação ao título Farfetch.
Recorde-se que a 18 de agosto, durante a sessão dessa sexta-feira, as ações as ações da Farfetch chegaram a afundar 43% após a empresa liderada pelo português José Neves ter reportado que passou de lucro a prejuízo no segundo trimestre.
As ações da Farfetch chegaram a desvalorizar 43,07% para 2,71 dólares, um novo mínimo histórico desde a sua entrada em bolsa em 2018.
Em cinco anos as ações da empresa de comércio eletrónico de vestuário e acessórios de luxo fundada pelo português José Neves, caíram na bolsa quase 90%.
No segundo trimestre a Farfetch registou um prejuízo de 281,34 milhões de dólares depois de registar lucros de 67,67 milhões de dólares no período homólogo de 2022.
As receitas da empresa sediada em Londres caíram 1,3% no segundo trimestre face ao período homólogo para os 572 milhões de dólares e ficou aquém do esperado pelo consenso de mercado.
O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) foi negativo em 30,57 milhões de dólares.
A Farfetch anunciou que vai abandonar o segmento de beleza, pouco mais de um ano depois de ter entrado no negócio, com marcas como Chanel, Gucci o Tom Ford, segundo noticiou recentemente o Business Of Fashion.
A empresa vai desfazer-se da Browns e Violet Grey, que comprou, em janeiro de 2022, para preparar o salto para o segmento da beleza e cosmética
“Mercado de capitais vai ajustar à realidade ao longo dos próximos meses”
Em 2022, numa entrevista ao Jornal Económico, José Neves dizia que a luso-britânica – começou em Portugal e no Reino Unido ao mesmo tempo – foi a primeiro tecnológica [com esta origem] a cotar na Bolsa de Nova Iorque. “Coloquei a bandeira portuguesa em Wall Street”, frisou na altura José Neves.
