[weglot_switcher]

Morreu Freitas do Amaral, fundador do CDS e antigo deputado e ministro

O político encontrava-se internado há duas semanas. Freitas do Amaral lançou em junho deste ano o seu terceiro livro de memórias políticas, intitulado “Mais 35 anos de democracia – um percurso singular”.
3 Outubro 2019, 13h19

Diogo Freitas do Amaral, 78 anos, morreu esta quinta-feira, 3 de outubro, avançam a SIC Notícias e o Expresso. Nascido na Póvoa de Varzim em 21 de julho de 1941, fundou o CDS, foi deputado e ministro dos Negócios Estrangeiros. O político estava internado desde 16 de setembro num hospital em Cascais.

Político e professor universitário, Diogo Freitas do Amaral tinha a política a correr-lhe nas veias quando nasceu. Filho de Duarte Pinto de Carvalho Freitas do Amaral, deputado pelo círculo de Braga, Freitas do Amaral consolidou-se, com os anos, numa das mais proeminentes figuras da democracia nacional. Em 1963, licenciou-se em Direito e, um ano depois, especializou-se em Ciências Político-Económicas sendo que, em 1967, obteve o grau de doutor de Direito Público.

Foi assistente e professor de Direito Administrativo da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (instituição onde se licenciara), obtendo o título professor catedrático em 1983. Em 1996, esteve entre os fundadores da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, onde passou a lecionar, até 2007. Na política, foi co-fundador do partido do Centro Democrático Social (CDS), em 1974, meses após a revolução de 25 de Abril, sendo presidente dos centristas até 1982 e, de novo, entre 1988 e 1991. Entre 1974 e 1986, esteve ativamente empenhado na vida política portuguesa pelo CDS, exercendo o cargo de deputado à Assembleia da República, entre 1975 e 1983 e de novo entre 1992 e 1993. Foi Vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa no governo da Aliança Democrática. Torna-se primeiro-ministro interino durante um mês, após o acidente de Camarate, que vitima Sá Carneiro, em 4 de dezembro de 1980.

Ocupou também o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros entre 1980 e 1981. Candidato presidencial nas eleições de 1986, com o apoio do Partido Social Democrata e do CDS, atingiu 48,8% dos votos, insuficientes face ao resultado obtido pelo candidato Mário Soares. Foi presidente da Assembleia-Geral das Nações Unidas na 50.ª sessão (em 1995), um cargo onde muitos lhe reconheceram méritos. Retirado nos últimos tempos da vida política ativa e declarando-se independente, foi designado (com alguma surpresa), em março de 2005, ministro dos Negócios Estrangeiros do governo do Partido Socialista, liderado por José Sócrates. Abandonou o cargo em junho de 2006 por razões clínicas e não mais voltou às lides políticas.

Freitas do Amaral lançou em junho deste ano o seu terceiro livro de memórias políticas, intitulado “Mais 35 anos de democracia – um percurso singular”, abrangendo o período 1982 e 2017, editado pela Bertrand.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.