A NB Academia, escola para atores vocacionada para cinema e televisão, criada em 2014 por Nicolau Breyner, confirmou ao OJE o óbito do ator.
João Nicolau de Melo Breyner Lopes, nasceu em Serpa a 30 de julho de 1940, distinguido-se como ator mas também como realizador.
Após o 25 de abril de 1974, Nicolau Breyner estreou-se na televisão com o programa “Nicolau no País das Maravilhas”, onde se tornou célebre a rábula “Senhor Feliz e Senhor Contente” que lançou um jovem humorista, Herman José.
No início da década de 1980, surge como ator mas também diretor de atores e co-autor do guião da primeira novela portuguesa “Vila Faia” (1982). Fundou a produtora de televisão NBP Produções, hoje Plural Entertainment, empresa fundamental na indústria de ficção televisiva em Portugal.
Marcelo lamenta perda de “grande amigo”
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse ter tido “um grande desgosto” com a morte de Nicolau Breyner, “um grande artista, grande coração e grande amigo” e que teve uma “vida culturalmente e humanamente muito rica”.
“Acabei de saber que morreu Nicolau Breyner e tive um grande desgosto. Um grande desgosto não só por ser um grande artista, um grande coração e um grande amigo”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, numa declaração no Palácio de Belém, em Lisboa.
O Presidente da República saudou “uma carreira e uma vida que foi uma vida culturalmente e humanamente muito rica”, associando-se “ao pesar da família e dos amigos”.
“Tinha estado com ele há dois dias na Livraria Sá da Costa na inauguração de uma exposição ao fim da tarde e parecia-me de saúde, como sempre muito feliz, muito caloroso, muito amigo. Eu não podia prever este desenlace”, disse ainda.
Sendo “amigos há décadas”, Marcelo disse que tem memória de “muitos episódios”.
“Acompanhei muito de perto a sua atividade e era uma grande figura como artista, como coração, como pessoa e como amigo”, concluiu.
“Deixa vazio imenso”, considera PM
O primeiro-ministro, António Costa, lamentou a morte do amigo, ator e realizador Nicolau Breyner, considerando que “deixa um vazio imenso” no mundo do teatro, do cinema e da televisão em Portugal.
“Foi com surpresa e tristeza que tomei conhecimento do falecimento do Nicolau Breyner, um extraordinário ator, nos últimos anos um grande realizador, além disso um amigo, e que deixa um vazio imenso no teatro, no cinema, nas novelas em Portugal”, afirmou o chefe do executivo aos jornalistas.
António Costa sublinhou que o país deve a Nicolau Breyner “alguns dos mais notáveis papéis representados em Portugal” e “grandes momentos de humor em que ele era absolutamente exímio, desde a crítica política à crítica de costumes”.
“É uma grande perda para todos nós e para mim uma grande tristeza”, afirmou o primeiro-ministro.
Nicolau Breyner venceu em 2014 o Prémio Áquila de Melhor Realizador com o filme “7 Pecados Rurais” e subiu ao palco do Cinema São Jorge para discursar perante uma plateia de 700 pessoas.
Os Prémios Áquila distinguem o que de melhor se faz na Televisão e Cinema Português com uma Gala anual que já vai na sua 3ª edição. Esta é a única cerimónia em Portugal que distingue Cinema e Televisão em simultâneo e que conta com a votação do público.
