O escritor Javier Marías morreu ontem , dia 11, ao princípio da tarde em Madrid, em consequência de uma pneumonia que o deixara em coma havia mais de um mês. Faria 71 anos no próximo dia 20. A notícia da morte foi dada pelo jornal espanhol ABC, que citou como fonte a família do autor.
Os seus livros foram publicados em 46 idiomas e em 59 países e vendeu mais de oito milhões de cópias em todo o mundo.
Autor de 15 romances, entre os quais os premiados “O homem sentimental”, “Todas as almas” ou “Coração tão branco”, é um dos mais celebrados escritores de língua espanhola.
Marías escreveu ainda romances como “Amanhã na batalha pensa em mim” e “Berta Isla”, que foi premiado em Portugal, estando a sua obra largamente traduzida para português, onde era atualmente publicado pela Alfaguara Portugal (chancela da Penguin Random House).
Filho do filósofo Julián Marías, o autor madrileno publicou o seu primeiro romance, “Os domínios do lobo” em 1971. O seu último livro, “Tomás Nevison”, foi publicado em março deste ano.
Em dezembro de 2021, o escritor foi eleito membro internacional da Royal Society of Literature, instituição de solidariedade do Reino Unido que se dedica à promoção da literatura.
Em 15 de agosto, a editora Alfaguara tinha confirmado à agência espanhola EFE que o escritor sofria de uma doença pulmonar, da qual se encontrava a recuperar.
O jornalista e escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte recorda o amigo Javier Marías.”Javier era muito meu amigo. Éramos muito amigos durante muitíssimos anos. Nos últimos tempos não nos vimos porque foi uma doença longa, dolorosa e silenciosa”, lembra o escritor em declarações à TSF. Arturo Pérez-Reverte considera que o mais triste é que Javier Marías tenha morrido sem ter recebido um prémio Nobel. “Dá-me uma profunda tristeza. Não tendo sido entregue a Marías, o Nobel fica com menos prestígio do que deveria ter”, considera.
“A escrita de Javier Marías é diferente de qualquer outra. É fácil de parodiar, é impossível de imitar”, escreveu ontem o amigo e escritor Eduardo Mendonza no jornal “El País”. “Várias vezes o ouvi dizer que tinha escrito o seu último romance, que não tinha mais nada a dizer. Depois de alguns meses ele confessava que tinha começado outro romance, quase contra o seu próprio julgamento. E esse outro Marías, que o obrigava a escrever, fazia-o cada vez melhor.”
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