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Mota, BCP e Jerónimo Martins agravam queda da Bolsa de Lisboa

Hoje deu-se mais um “sell-off” nas ações europeias e o PSI-20 não escapou às quedas que varreram a Europa. Em compensação o mercado de dívida soberana está no bom caminho. Na bolsa de Lisboa a Mota-Engil, o BCP, a Jerónimo Martins, a NOS e a Sonae tiveram quedas superiores a 2%.
  • Daniel Munoz/Reuters
26 Outubro 2018, 17h13

Uma onde negativa varreu hoje as bolsas europeias, incluindo a portuguesa.  O PSI 20 fechou a cair 1,42% para 4.017,3 pontos para mínimos de Abril de 2017.

A Mota-Engil liderou a perdas do PSI 20, ao fechar a cair -3,61% para 1,656 euros. A analista da XTB, Carla Maia Santos diz que “a Mota-Engil é das empresas que mais desvaloriza, uma vez que tem uma forte componente externa e um sentimento económico global negativo influência a sua cotação”.

O BCP também levou uma forte derrocada ao cair 2,95% para 0,2168 euros. A Jerónimo Martins também foi alvo de fortes vendas (-2,77% para fechar nos 11,410  euros). Seguiu-se a NOS com uma queda de -2,38%; a Sonae (-2,13%); a Corticeira Amorim (-2,01%); a Galp (-1,88%); e todas as outras com quedas menos expressivas mas todas em terreno negativo.

“O ambiente de correção é transversal a todos os setores de atividade na Europa”, diz o analista do BCP, Ramiro Loureiro. Segundo este analista “a maioria dos índices europeus fugiu aos mínimos da sessão, tendo encetado uma recuperação de última hora”, ainda assim insuficiente para passar a terreno positivo. “Olhando para o índice Euro Stoxx 50 ganhou 1,4% nos últimos 40 minutos de negociação”, salienta ainda.

“O setor automóvel vê mais uma cotada a cortar projeções, desta feita a Valeo que cita condições adversas no mercado chinês e europeu e fechou a tombar 20%. Ainda no setor, a concorrente Faurecia acordou a compra da Clarion”, disse ainda o mesmo analista.

O índice FTSE 100 caiu 1,4% para 6.906 pontos; o francês CAC deslizou 1,84% para 4.939,7 pontos; o Dax cai 1,35% para 11.154 pontos; o italiano FTSE MIB desce 1,26% para 18.578,3 pontos e o espanhol IBEX caiu 1,23% para 8.677 pontos, mesmo com o CaixaBank a fechar em forte alta de +2,58% depois da apresentação dos resultados do terceiro trimestre.

O global EuroStoxx 50 caiu 1,43% para 3.119,16 pontos.

Os movimentos de queda na Europa acompanham a evolução dos futuros norte-americanos.

“Um dos focos do mercado está nos números apresentados pela Amazon (-7,7%) e Alphabet (-2,7%), após abrandamento no crescimento top line. A economia norte-americana cresceu acima do esperado no 3ºtrimestre”, revela o analista do BCP.

De acordo com a 1ª estimativa, divulgada pelo Bureau of Economic Analysis (BEA), a economia norte-americana cresceu 3,5% face ao trimestre anterior (taxa anualizada) no 3º trimestre de 2018, o que compara com um crescimento de 4,2% no 2º trimestre de 2018. Este comportamento do crescimento real do PIB reflecte principalmente os contributos positivos do consumo privado (2,69 p.p.), do investimento privado (2,03 p.p.) e dos gastos públicos (0,56 p.p.), com o contributo negativo da procura externa líquida (-1,78 p.p.).

O petróleo está a subir. O brent em Londres sobe 0,68% para 77,41 dólares e o WTI sobe 0,34% para 67,56 dólares.

O euro valoriza 0,11% para 1,1388 dólares.

Hoje a Standard & Poor’s irá pronunciar-se face a Itália, após fecho do mercado. Só se agravar o seu outlook de forma drástica é que poderá ter algum efeito nos mercados, na próxima segunda-feira, diz Carla Maia Santos da XTB.

O mercado de dívida soberana está a ter uma boa performance. A dívida alemã desce 4,6 pontos base para uma yield nos mercados secundários de 0,352%. A dívida portuguesa cai 3,5 pontos base para 1,906%; Espanha vê os juros a desagravarem 2 pontos base para 1,567% e Itália tem os juros a melhorarem 4,4 pontos base para 3,448%.

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