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Muitas vezes ou sempre “justificáveis”. Italianos estão mais à vontade com atos racistas

Com base em 1.500 inquiridos, um estudo concluiu que existe “um relaxamento nas atitudes em relação ao racismo”. Resultados da pesquisa chegam depois de uma série de incidentes racistas e anti-semitas contra a senadora da Republica da Itália.
13. Itália
12 Novembro 2019, 18h12

Mais de metade dos italianos inquiridos considera que os atos racistas são muitas vezes ou sempre “justificáveis”. Esta descoberta surge depois de uma série de incidentes racistas e anti-semitas contra figuras de alto perfil em todo o país, escreve o jornal “The Guardian”, esta terça-feira, 12 de novembro.

A investigação foi conduzida pela empresa de inquéritos SWG, que conversou com 1.500 pessoas das quais 10% afirmou que os atos racistas tinham sempre justificação enquanto que 45% referiu que os atos racistas poderiam ser aceitáveis ​​dependendo da situação. Os restantes 45% argumenta que atos racistas de qualquer tipo eram completamente inaceitáveis.

O SWG realiza a mesma pesquisa uma vez por ano e, pela primeira vez numa década, que a maioria dos questionados não condenou o racismo por completo.

“Isto significa que houve um relaxamento nas atitudes em relação ao racismo, não necessariamente que as pessoas se tornaram racistas, mais sim que aceitam melhor os atos racistas e não os consideram tão escandalosos”, afirmou Enzo Risso, diretor científico da SWG, acrescentando que a mudança de atitude se deve em parte à proliferação do discurso de ódio online.

Antisemitismo em Itália

Na noite de segunda-feira, milhares de italianos juntaram-se na estação central de Milão em apoio a Liliana Segre, uma sobrevivente do Holocausto que na semana passada recebeu uma escolta policial depois de um aumento no número de ameaças online, muitas que colocavam a sua vida em risco, de extremistas da extrema direita.

Segre, uma senadora da Republica da Itália, recebe em média 200 ameaças online por dia e a situação piorou depois da sua proposta de estabelecer uma comissão para combater o racismo, o anti-semitismo e o incitamento ao ódio ter sido aprovada pelo governo. Todos os partidos apoiaram a proposta além da Liga de extrema-direita, Brothers of Italy, e Forza Italia, de Silvio Berlusconi.

Segre tinha 13 anos quando, em 30 de janeiro de 1944, juntamente com vários outros membros da família, foi deportada para Auschwitz da plataforma 21 na estação central de Milão.

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