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Mulheres são detentoras de 40% da riqueza mundial

A representação de mulheres tem aumentado nos últimos cinco a 10 anos. Destaca-se especialmente a Ásia, devido à ascensão da China, onde as mulheres têm uma maior participação de riqueza do que no resto da região.
20 Outubro 2018, 14h00

As mulheres contabilizem atualmente cerca de 40% da riqueza global total, com um crescimento considerável da participação durante o século XX, segundo revela o Global Wealth Report 2018, do Credit Suisse Research Institute. Após o aumento da riqueza entre as mulheres no final do século passado, seguiu-se, no entanto, estagnação desde o ano 2000.

“Embora ainda haja disparidade de riqueza entre homens e mulheres em todo o mundo – muito mais acentuada em alguns lugares do que em outros –, essa desigualdade diminuiu significativamente ao longo dos anos, e espera-se que continue assim à medida que mais mulheres tenham acesso à educação e participem do mercado de trabalho”, disse Nannette Hechler Fayd’herbe, Global Head of Investment Strategy & Research, em comunicado.

As conclusões indicam que a representação de mulheres – particularmente mulheres self made – tem aumentado nos últimos cinco a 10 anos no topo do espectro da riqueza. Além disso, a participação das mulheres na riqueza aumentou na Ásia devido à ascensão da China, onde as mulheres têm uma maior participação de riqueza do que no resto da região.

“Também há indícios de que mais mulheres empreendedoras estão a ter sucesso nos negócios e a entrar nas camadas mais altas da riqueza. Contudo, mesmo nos países onde o progresso é mais acentuado, os desafios permanecem. É preciso fazer mais para assegurar que as mulheres tenham oportunidades iguais para acumular, herdar e participar da riqueza”, sublinhou

Em termos regionais, estudos em vários países europeus não só comparam a riqueza de mulheres solteiras e homens solteiros, mas também examinam a divisão da riqueza dentro do casamento. Análise para França, Alemanha, Espanha e Reino Unido para o período de 1996 a 2013 indicam que as mulheres detinham, em média, 43% da riqueza total.

Em comparação com a Europa, sabe-se menos sobre a participação geral das mulheres nos Estados Unidos, porque poucos estudos para o país registam a divisão de riqueza entre maridos e mulheres. No entanto, o rácio de riqueza para mulheres e homens solteiros está disponível e é semelhante ao da Europa, explica o relatório.

Em relação ao resto do mundo, estudos recentes para a África e a Índia indicam uma participação feminina significativamente menor, variando entre 20% e 30%. A participação da riqueza na China é maior do que na África ou na Índia, mas abaixo do nível na Europa ou na América do Norte.

De acordo com as listas globais da Bloomberg, Forbes e Hurun consultadas pelo Credit Suisse, as mulheres estão bem representadas entre os muitos bilionários da China. Hurun chega a afirmar que dois terços das mulheres bilionárias do mundo são chinesas. “Acreditamos que a participação geral das mulheres adultas na China esteja entre 30% e 40%”, diz o relatório.

Por outro lado, a região da Ásia-Pacífico (excluindo a China e a Índia) é muito heterogénea. Há países onde a situação da riqueza das mulheres é semelhante à da Índia (por exemplo, Paquistão e Bangladesh), mas outros países são mais semelhantes à China. Por isso, o Credit Suisse estima que a participação das mulheres na região entre 25% e 35%.

Por fim, estudos em alguns países latino-americanos indicam uma pequena lacuna de riqueza de género, mas, para a região como um todo, a participação das mulheres é inferior à da Europa e da América do Norte. “Acreditamos que esteja na mesma faixa de 30% a 40% que a China. A combinação desses números coloca a participação das mulheres na riqueza global na faixa de 35% a 42%, ou 40% em números redondos”, acrescenta o instituto.

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