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Milionários querem pagar mais impostos para ajudar os seus países a sair da crise

Um grupo de mais de 80 multimilionários querem pagar mais impostos para ajudar os seus países a recuperar da crise económica provocada pela pandemia da Covid-19.
13 Julho 2020, 11h40

Um grupo de 83 multimilionários de todo o mundo pediram aos respetivos governos para aumentar, permanentemente, os seus impostos, bem como os de outros membros para ajudarem a recuperar a economia dos respetivos países, após a crise provocada pela Covid-19, avança o “The Guardian”.

Entre os nomes, destacam-se Abigail Disney, neta e herdeira de Walt Disney, e um dos co-fundadores dos gelados Ben & Jerry’s, Jerry Greenfield. Na mensagem à que a publicação britânica teve acesso, o grupo destaca que não se encontram na linha da frente do combate ao vírus, mas que têm “dinheiro, montes dele”. “Dinheiro que é desesperadamente necessário de momento e vai continuar a ser nos próximos anos, enquanto o nosso mundo recupera da crise”, lê-se no documento.

“Enquanto a Covid-19 ataca o mundo, os milionários, como nós, têm um papel fundamental em curar o mundo”, destaca o grupo, apontando que não conduzem ambulâncias ou abastecem prateleiras de supermercado para que nada falte.

Além dos alertas de diversos governos, os 83 multimilionários alertam que o impacto do novo coronavírus vai durar “décadas” e “levar 500 milhões de pessoas à pobreza”.

Entre Abigail Disney e Jerry Greenfield, o documento é também assinado por Stephen Tindall, fundador do grupo Warehouse e o segundo homem mais rico da Nova Zelândia, o guionista e diretor britânico Richard Curtis e o irlandês John O’Farrell, que fez fortuna a investir em tecnologias de Silicon Valley.

“Os problemas causados, e exacerbados, pela Covid-19 não podem ser resolvidos com caridade, não interessa o montante”, destacam. “Os líderes governamentais devem assumir a responsabilidade de angariar fundos e gastá-los de forma justa. Temos uma dívida enorme para com as pessoas que trabalham nas linhas da frente desta batalha global. A maioria dos trabalhadores essenciais é mal pago pelo trabalho que desempenham”, sustenta o grupo.

Segundo a publicação, a divulgação da carta chega antes da reunião do G20 dos ministros das finanças e governadores dos bancos centrais. O grupo pediu ainda para os políticos combaterem “a desigualdade global e reconhecer que os aumentos de impostos sobre a riqueza e maior transparência tributária internacional são essenciais para uma solução a longo prazo”.

Apesar da pandemia ter atacado o mundo, o número de multimilionários continua a crescer. O fundador da Amazon e homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, viu a sua fortuna crescer 75 mil milhões de dólares (66 mil milhões de euros) este ano, até aos 189 mil milhões de dólares (167 mil milhões de euros).

Este ano, mais de 500 mil pessoas foram classificadas como “ultra-ricas”, sendo que as suas fortunas superam os 30 milhões de dólares (26 milhões de euros). Assim, segundo dados recolhidos pelo “The Guardian”, existem mais “ultra-ricos” que as populações da Islândia, Malta e Belize.

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