Elon Musk avançou com mais uma série de despedimentos no governo federal norte-americano, desta vez dispensando uma equipa de trabalhadores civis altamente qualificados na área tecnológica que contribuíram para a operacionalização do serviço gratuito de preenchimento de declarações de impostos.
De acordo com um representante dos Serviços Gerais Administrativos (GSA) norte-americanos citado pela ‘Reuters’, esta equipa de 90 trabalhadores foi informada durante o sábado que as suas posições haviam sido terminadas, com o diretor de transformação tecnológica dos GSA a comunicar-lhes a decisão durante o dia. A justificação apresentada terá sido que as suas posições não eram consideradas “críticas”.
Após a comunicação, estes 90 trabalhadores terão sido imediatamente barrados de aceder aos equipamentos que lhe foram disponibilizados pela entidade patronal.
Musk havia já sinalizado no X, o antigo Twitter, que este grupo seria “apagado”, respondendo a uma publicação que classificava o departamento como de “extrema-esquerda”. O departamento em questão existia desde 2014, ou seja, havia sido criado pelo então presidente Barack Obama para modernizar os sites dos serviços federais, melhorando a sua acessibilidade.
Esta é mais uma ação ao abrigo do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) liderado pelo bilionário sul-africano, uma influência que tem levado a críticas crescentes pela pouca transparência, o impacto orçamental muito abaixo do reportado e pelo facto de Musk não ter sido eleito.
Recorde-se que, no final de fevereiro, 417 dos 1.125 contratos terminados pelo DOGE não tinham qualquer impacto orçamental, correspondendo a situações em que o governo já gastou ou se comprometeu legalmente com o uso dos fundos previstos. Somam-se a estes 417 contratos sem impacto outros 51 de baixo valor que, todos juntos, representam menos de um milhão de dólares de poupança, além de erros de contabilidade como um contrato listado como poupando oito mil milhões de dólares, quando valia apenas oito milhões.
Além destas falhas, o departamento enfrentou na passada semana o pedido de demissão de 21 trabalhadores técnicos, que argumentam não estar disponíveis para “desmantelar serviços públicos críticos”. Segundo estes trabalhadores, grande parte da equipa por detrás dos cortes determinados por Musk são meros ideólogos sem competências para avaliar eficiência governamental, parecendo movidos por “lealdades políticas” e “demonstrando uma capacidade técnica limitada” que “cria riscos de segurança significativos”.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com