Musk diz que projeto-lei de Trump é uma “abominação nojenta”
Apenas uma semana depois de ter saído do Governo, o empresário faz duras críticas ao projeto-lei “grande e lindo” do presidente norte-americano: “Vergonha para quem votou nisto: sabem que estão errados”.
epaselect epa11837518 US President-elect Donald Trump (L) with businessman Elon Musk (R) on stage during a rally at Capital One Arena in Washington, DC, USA, 19 January 2025. President-elect Donald Trump, who defeated Joe Biden to become the 47th president of the United States, will be inaugurated on 20 January, though all of the planned outdoor ceremonies and events have been cancelled due to a forecast of extreme cold temperatures. EPA/WILL OLIVER
4 Junho 2025, 08h43
Amigos, amigos… política à parte. Elon Musk fez a primeira crítica pública ao Governo de Donald Trump desde a sua saída recente do Departamento de Eficiência Governamental (Doge).
A pessoa mais rica do mundo considera que o projeto-lei para cortar nos impostos e aumentar na despesa é uma “abominação nojenta” ao aumentar o défice orçamental dos EUA.
“Desculpem, já não aguento. Este projeto-lei massivo, escandaloso é uma abominação nojenta”, escreveu o CEO da Tesla e da SpaceX nas redes sociais. “Vergonha para quem votou nisto: sabem que estão errados”.
A crítica chega apenas uma semana depois de Elon Musk ter abandonado o Doge, tendo falhado no seu objetivo de cortar massivamente na despesa pública.
Musk foi o maior apoiante financeiro da campanha de Trump com 300 milhões de dólares entregues. Recentemente, disse que ia reduzir as suas contribuições para a política.
Já a Casa Branca disse que o presidente sabia que Musk discordava do projeto-lei. “Isto não muda a opinião do presidente. É um projeto-lei grande e lindo e ele vai mantê-lo”.
A opinião de Musk vai de encontro a vários republicanos no Senado que já mostraram a sua preocupação sobre este projeto-lei considerando “grande e lindo” por Donald Trump.
Na Casa dos Representantes, o projeto-lei foi aprovado, tendo subido agora ao Senado. O Congressional Budget Office já estimou que a medida vai acrescentar 3,8 biliões de dólares para a dívida total de 36,2 biliões de dólares dos EUA.
O projeto prevê cortes nos impostos, aumento de despesas na defesa, combate à imigração, mas com a receita fiscal a descer. Pelo meio, 10,3 milhões de pessoas vão perder cobertura de saúde e 7,6 milhões vão ficar sem seguro de saúde, segundo uma estimativa do independente Congressional Budget Office (CBO).
O projeto-lei vai a votos no Senado em julho, sendo de esperar que o documento seja revisto.
O líder da maioria republicana no Senado veio a público discordar de Musk: “Temos um trabalho a fazer, o povo americano elegeu-nos. Vamos cumprir a nossa agenda”, disse John Thune.
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