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Na era digital, Navigator investe em papel para guardanapos e embalagens

Com a diminuição no consumo de papel para impressão e escrita, a empresa avalia nova máquina para produzir papel ‘tissue’ (guardanapos, rolos de cozinha, papel higiénico ). Reforço na produção de papel de embalagem arranca em 2026.
18 Julho 2025, 07h52

Com a indústria dos papéis de impressão e escrita em queda, a diversificação do negócio é a aposta da Navigator para continuar a crescer. A empresa, a terceira maior exportadora portuguesa, é o principal produtor português de tissue (e o segundo a nível ibérico e quarto no Reino Unido), apresentando uma capacidade anual de produção de 165 mil toneladas. A empresa avalia ainda uma nova máquina para produção de papel tissue (um investimento que poderá rondar os 100 milhões de euros). Em 2024, o volume de vendas de tissue foi de 456 milhões de euros, um aumento de 55% face a 2023. E, no primeiro trimestre de 2025, o tissue e o packaging representarem já perto de 30% do volume de negócios.

A empresa também está a analisar investimentos em combustíveis verdes, seja em biofuels, e-fuels ou combustíveis sintéticos para o setor da aviação.

Recentemente, a Navigator aprovou o investimento de 30 milhões de euros para reconversão da sua máquina PM3 (no complexo industrial de Setúbal) e reforçar a sua posição no mercado europeu de papéis para embalagens flexíveis (papéis kraft), assumindo-se com um dos produtores de referência no setor. A nova operação tem arranque previsto para o terceiro trimestre de 2026, com uma capacidade de produção anual de 100 mil toneladas, mantendo a flexibilidade operacional de produção de papéis de impressão e escrita.

A reconversão permitirá a produção de papéis numa gama de gramagens compreendida entre 35 e 90 gramas por metro quadrado, respondendo à crescente procura por soluções de embalagem sustentáveis, em diversos segmentos de mercado desde o alimentar, até aos produtos de luxo. “A Navigator está atenta à evolução do papel no mundo e a digitalização é o nosso principal concorrente porque nos países mais desenvolvidos o consumo de papel tem vindo a diminuir. Quase toda a produção dessas 100 toneladas é para exportação, maioritariamente para países europeus e Estados Unidos”, diz Carlos Brás, diretor do complexo industrial da Navigator em Setúbal, ao Jornal Económico.

A nova PM3 vai transformar-se numa das maiores e mais competitivas máquinas da Europa para produção de papéis de embalagem de baixas gramagens, e a maior do Sul da Europa, posicionando a Navigator como o quarto maior produtor neste mercado. “O projeto permitirá à Navigator consolidar a aposta estratégica na produção de embalagens flexíveis para a indústria transformadora, nos quais a fibra de Eucalyptus globulus se tem afirmado como diferenciadora”, acrescenta o responsável ao Jornal Económico.

Produção de eucaliptos
A empresa dispõe de três centros de biodiversidade com capacidade para dar vida a mais de 12 milhões de árvores. Estes viveiros de produção de plantas – dos maiores da Europa –, localizados em Pegões, Tramagal e Penamacor, produzem mais de 130 espécies diferentes de árvores e arbustos. Muitas destas, ainda que não tendo viabilidade económica, são financiadas pela empresa, para conservação da biodiversidade e para garantir a continuidade das espécies. O viveiro de Espirra – o maior dos viveiros Aliança, com uma capacidade de produção superior a nove milhões de plantas – situa-se no concelho de Palmela, entre as localidades de Pegões e Águas de Moura. “Tendo em conta um ciclo de 12 anos, iniciámos a produção de todos os produtos que a Navigator terá no mercado em 2037, seja papel, embalagens ou bioprodutos”, diz Carmen Correia, responsável de produção de plantas não florestais e serviços ao Jornal Económico.

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