A Galp valorizou quase 710 milhões de euros na bolsa de Lisboa na terça-feira, depois de divulgar novas informações sobre a sua operação na Namíbia.
A cotada fechou a subir quase 7% para quase 16 euros no PSI na terça-feira.
A petrolífera anunciou uma nova descoberta de petróleo na Namíbia no poço Mopane 3-X, o quinto furo da empresa no país africano.
Este poço fica localizado a 18 km do primeiro poço, o Mopane 1-X, e a uma profundidade de 1.200 metros.
“A Galp (…) furou com sucesso” o poço Mopane 3-X, o quinto poço na área PEL 83 no offshore da Namíbia, anunciou.
A empresa considera que o mundo ainda tem muitas décadas de consumo de petróleo pela frente e que o seu investimento na Namíbia faz todo o sentido neste cenário.
“Muita gente poderia pensar que o investimento na Namíbia não faria sentido, mas ainda temos décadas de investimento em petróleo que vai ter que acontecer”, disse o Co-CEO da Galp, João Diogo Marques da Silva, na terça-feira.
“Os combustíveis fósseis vão permanecer nas próximas décadas. Não temos dúvidas. Não sabemos se serão três ou quatro décadas, mas vão ter de ficar. Se não ficarem, será um risco enorme para as economias e para as relações entre países”, acrescentou o gestor no evento “Energy Outlook 2025”, organizado pelo “Negócios”.
Os dados preliminares apontam para “petróleo leve”, adianta a empresa, com “boa porosidade, pressões elevadas e impermeabilizações elevadas”. As amostras de fluídos simples demonstram viscosidade baixa do petróleo e concentrações mínimas de CO2 e H2S. As amostras foram enviadas para testagem em laboratório, segundo o comunicado da empresa divulgado na terça-feira de manhã.
Os resultados abrem portas a “mais exploração e oportunidades de avaliação na região sudeste de Mopane”, com a avaliação sísmica a ser concluída no primeiro trimestre, seguindo-se o processamento de dados.
A Galp é o operador da área com 80%, seguindo-se os parceiros locais NAMCOR e Custos, com 10% cada.
A 17 de fevereiro, os co-CEOs interinos da companhia foram questionados várias vezes sobre a Namíbia: “Ainda é cedo” foi uma das respostas mais repetidas na call com os analistas.
Sobre a Namíbia, a empresa sublinhou que não existe um prazo para vender a sua participação de 40%, pois a companhia ainda está a realizar avaliações, esperando ter os dados do quinto poço ainda este mês para os analisar e tomar decisões sobre o rumo a tomar, garantindo que a petrolífera continua à “procura de um parceiro” que seja um “operador experiente”, sublinhando que não está com pressa para fechar um acordo.
“Queremos olhar para o que os dados nos dizem. Queremos olhar para o que os parceiros nos contam. Existe interesse nos ativos. Temos potencial para os ativos”, afirmou Maria João Carioca na altura.
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