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“Não é tempo de se falar da TAP”: Privatização não é prioritária, destaca Miguel Pinto Luz

O ministro das Infraestruturas e Habitação sustenta que agora não é o tempo de se falar na privatização da TAP. Foco está na implementação da nova infraestrutura no Campo de Tiro de Alcochete e nas obras de expansão do Aeroporto Humberto Delgado.
© Cristina Bernardo
17 Maio 2024, 10h17

Numa altura em que se coloca o foco na localização do novo aeroporto de Lisboa, que será implementado no Campo de Tiro de Alcochete, o ministro das Infraestruturas e Habitação defende que este não é o tempo de se falar da TAP e da privatização. “Não é agora o tempo de se falar na TAP”, apontou Miguel Pinto Luz, quando questionado pelo “Expresso” sobre a privatização da companhia aérea.

Para o Governo, a prioridade está agora centrada no novo aeroporto em Alcochete e nas obras de expansão do Aeroporto Humberto Delgado, uma vez que irá funcionar durante mais dez anos até que a nova estrutura esteja funcional.

Importa lembrar que o Programa de Governo, apresentado a 10 de abril, indicava a intenção do Executivo em avançar com a privatização da companhia aérea de bandeira. Esta não foi uma novidade, dado a Aliança Democrática ter inserido a ideia no seu programa eleitoral. No entanto, pouco se continua a saber dos moldes em que se fará a privatização.

“Está no programa eleitoral, e é nosso intuito avançar com esse processo. Tal como dissemos no nosso programa, não temos qualquer tipo de preconceito em relação à privatização total da TAP. Pode ser [uma venda] faseada. Neste momento, o processo está a decorrer e a seu tempo voltaremos a falar dele”, adiantou Pinto Luz à publicação.

Questionado sobre a urgência na privatização da TAP, que há muito se fala e cujo pontapé de saída foi dado pelo anterior governo a 28 de setembro do ano passado. De facto, Miguel Pinto Luz foi um dos protagonistas da primeira privatização, quando era secretário de Estado das Infraestruturas em 2015, e vendeu 61% da companhia a David Neeleman e Humberto Pedrosa.

“As pessoas pensam que isto [privatização] é tipo interruptor. O processo foi aberto, e não foi por este Governo, mas sim pelo anterior [reverteu parte da privatização do PSD, recuperando o controlo, nacionalizou na pandemia e avançou com intenção de nova privatização]. Como está aberto, só se o Governo o fechasse é que estava encerrado. Se perguntam se está numa fase em que temos de comunicar o que está a ser feito, a resposta é que não está”, explicou.

Atualmente, a tutela está a fazer o trabalho que “foi decretado na abertura desse processo” e “tem de haver avaliações, perceção de como o mercado olha para a TAP e depois, naturalmente, teremos de falar”, sustentou o governante.

Sobre os potenciais compradores da companhia portuguesa, como a Lufthansa, Air France/KLM e IAG (Iberia e British Airways), o ministro da tutela não comenta. Ainda assim, lembra que a TAP “é essencial na equação Alcochete”, apesar de ter sido “um bocadinho posta fora” da análise. “Se estamos num processo de privatização da companhia, seria até pouco inteligente por parte de um Governo tomar uma decisão que não valorizasse mais esse ativo. Ouvimos a TAP, que prevê no seu plano estratégico ter entre 190 e 250 aviões em 2050”, explica.

Miguel Pinto Luz aponta ainda que “uma TAP maior serve os interesses nacionais”, sendo que a ideia é manter a transportadora como contribuinte líquida para as exportações nacionais. “Das conversas que tivemos com a TAP esta sempre sinalizou que Alcochete seria a melhor opção e que preferia o modelo de um único aeroporto, precisamente porque a sua operação depende do hub, que com uma solução dual manifestamente não funciona”.

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