“A partir de 2023 pretende-se que a TAP atinja um breakeven operacional e que em 2025 gere fundos para conseguir começar a pagar dívida”, referiu esta terça-feira o chairman da TAP, Miguel Frasquilho, na audição na Comissão Parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação. “Sobre a massa salarial da TAP, há fatores que precisam de ser ajustados, e que implicam negociações com todos os envolvidos, como os fornecedores e os lessors, todos eles foram chamados a contribuir para este plano, que é muito necessário para o futuro da TAP. Mas não está previsto nenhum aumento da massa salarial de 2024 em diante. Uma coisa é a massa salarial crescer, outra coisa são os salários aumentarem”, refere Miguel Frasquilho.
“A TAP vai ter de ser rentável, mas sabemos que 2025 não terá os níveis de 2019 em termos de massa salarial”, adiantou o chairman da TAP, reconhecendo que “não há garantias que o plano apresentado seja aprovado em Bruxelas”.
A TAP esteve presente nas reuniões com a Comissão Europeia, onde o plano de reestruturação da TAP “é visto como sendo credível, cuidadoso e resiliente, e isso foi o que nos moveu quando fizemos o plano, elaborado num tempo recorde de três meses, com reuniões em clima construtivo”, refere Miguel Frasquilho. “De resto não me passa pela cabeça que o plano não seja aprovado em Bruxelas”, comenta.
“Na TAP estamos preparados para competir com a concorrência, seja com as Legacy carriors (as companhias de bandeira), seja com as low cost. Entretanto queremos reforçar a operação em Faro e no Porto”, adianta o chairman da TAP. Relativamente aos cortes salariais, Miguel Frasquilho explicou que o Conselho de Administração, “como um todo, teve um corte superior ao de todos os trabalhadores em layoff”. “Os cortes serão totalmente implementados em março, mas os cortes a 30% são já efetuados a partir deste mês”, refere o chairman da TAP, insistindo que “o plano de reestruturação da TAP acabou por não ser uma opção, mas uma inevitabilidade para que a aprovação de Bruxelas possa ser uma realidade”.
Toda a iniciativa de avaliar reduções de custos na TAP começaram “em meados de agosto”, refere o chairman da empresa. Mas o plano de reestruturação propriamente dito “arrancou em setembro e durou três meses”, adiantou. “Foi um trabalho incansável por parte de todo a equipa envolvida. A TAP tem 14 sindicatos. Talvez pudéssemos tê-lo feito antes, mas não nos foi possível fazê-lo antes. Porém, os resultados a que chegamos não teriam sido diferentes. Deixo uma palavra de apreço do lado das forças sindicais, que tiveram uma postura construtiva. No meio deste processo, também ninguém estava à espera que uma terceira vaga da pandemia pudesse ser tão nefasta. A terceira vaga trouxe ainda mais para cima da mesa as dificuldades que estamos a viver”, conclui Miguel Frasquilho.
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