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“Não podemos voltar atrás”. PS vai mesmo chumbar moção de confiança do Governo

Pedro Nuno Santos afirma que a moção de confiança do Governo não é uma moção de confiança mas sim “um pedido cobarde de demissão” e volta a dizer que a única forma de evitar eleições está nas mãos de Luís Montenegro.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro (D) e o secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos (E), após um encontro no âmbito das negociações do Orçamento do Estado para 2025, na residência Oficial de S. Bento, em Lisboa, 3 de outubro de 2024. MIGUEL A. LOPES/LUSA
10 Março 2025, 20h33

Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, não vai voltar atrás no voto de rejeição à moção de confiança ao Governo que o Parlamento vai votar esta terça-feira. “Só há uma forma de evitar eleições é o primeiro-ministro retirar a moção de confiança. Não podemos virar o mundo ao contrário e colocar pressão sobre o PS, que sobre moções de confiança tem uma posição clara”, declarou o líder socialista em entrevista à SIC, antes da reunião da cúpula do partido, marcada para as 21h00.

Sublinhando que a posição do PS quanto a moções de confiança era conhecida e foi repetida nos dois últimos debates, Pedro Nuno Santos notou que o primeiro-ministro sabia de antemão a posição dos partidos e mesmo assim avançou com uma moção de confiança. “O que significa que esta moção de confiança não é uma moção de confiança, é um pedido de demissão cobarde, não teve coragem de assumir as consequências do que aconteceu”, atirou.

Questionado sobre o voto no Orçamento do Estado, que o PS foi dizendo ser “praticamente impossível aprovar” e depois absteve-se, Pedro Nuno Santos lembrou que nunca disse que o iria chumbar, ao contrário daquilo que tem dito sobre moções de confiança. Assim sendo, “por razões de credibilidade, é impensável que o PS faça o contrário do que disse”. Independentemente do que digam as sondagens, o PS não pode “refugiar-se no cálculo político”. “Não podemos voltar atrás, sem prejuízo de nos juntarmos a Montenegro como dois políticos sem credibilidade”, atirou.

Nesta entrevista, Pedro Nuno Santos afirmou que o PS fez perguntas orais ao primeiro-ministro no Parlamento sobre a sua empresa familiar, “que valem tanto como as escritas” e que Luís Montenegro não respondeu. “As respostas escritas não são suficientes para esclarecer as suspeitas que recaem neste momento sobre esta empresa”, sustentou, referindo-se às respostas por escrito ao Bloco de Esquerda e Chega que o primeiro-ministro fez esta segunda-feira chegar à Assembleia da República.

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