A evolução da Inteligência Artificial está a abranger todos os sectores da sociedade e o mercado imobiliário não é exceção. Com o problema da mão de obra a acentuar-se no segmento da construção, a utilização destas ferramentas será cada vez mais uma realidade com todos os benefícios e riscos que isso poderá trazer. “Não vai demorar 24 meses até termos robôs que vão ser pedreiros ou carpinteiros. Teremos um ser humano a controlar a obra, mas quem estará lá dentro a executar serão máquinas”, referiu Sérgio Ferreira, partner da EY no painel de debate ‘O futuro a bater-nos à porta!’, inserido na Conferência da Promoção Imobiliária em Portugal (COPIP), que decorre esta terça-feira, em Lisboa.
O responsável destacou que, para quem está dentro da Inteligência Artificial, a única certeza é que não sabe o caminho para onde vai, porque está tudo a mudar de forma constante, dando conta de que há um conjunto de empresas que estão a aproveitar os algoritmos para se transformarem em empresas mais inteligentes e com isso ganharem vantagens competitivas.
“Temos de aprender uma nova linguagem para falar com as máquinas, mas a seguir vem a grande transformação que são os modelos de linguagem de ação que percebem como nós seres humanos reagimos face a estímulos do exterior.
Sérgio Ferreira deixou também um alerta para o sector imobiliário que se atrasou relativamente face a outros com estas ferramentas. “Hoje tem oportunidade de recuperar esse atraso. A documentação que este sector tem é enorme, mas hoje com um co-piloto artificial é possível responder a muitas questões”, realçou.
Presente neste painel esteve José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard Properties, que alertou para o facto da mão-de-obra ser hoje um problema cada vez mais crescente e de como o “impacto brutal” da Inteligência Artificial pode ajudar a resolver esse problema, dando o exemplo de algo que já está a ser implementado pela promotora.
“Neste momento estamos a desenvolver uma plataforma que em duas a três horas permite a um cliente desenhar a casa por dentro e por fora e sair do nosso escritório com um projeto chave na mão. No total, são 250 mil variantes que um cliente pode escolher. A tecnologia vai moldar muito daquilo que vão ser os próximos tempos do sector imobiliário”, sublinhou.
Por sua vez, Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal e Espanha, não tem dúvidas de que “todos os sectores que se recusem a abraçar a tecnologia estarão em risco”, salientando que a inteligência emocional irá sempre prevalecer sobre a artificial. “O grande desafio é que a tecnologia está a avançar mais depressa de que os reguladores e autoridades. Temos de escolher que tecnologias vamos incorporar e mudar a forma como trabalhamos”, salientou.
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