[weglot_switcher]

“Narrativa falsa”. Isabel dos Santos volta à carga contra justiça angolana

A empresária voltou a carregar contra a PGR angolana acusando-a de construir uma “narrativa falsa”, e pergunta porque é que a PGR de Angola agora reclama 4,6 mil milhões de euros, em vez dos 1,2 mil milhões iniciais.
DR AFP/Getty Images
14 Maio 2020, 10h09

A empresária Isabel dos Santos voltou hoje à carga contra a justiça angolana, depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola ter reagido às suas acusações de que terá usado provas falsas em tribunal para arrestar os seus bens, acusando-a de fabricar uma “narrativa falsa”.

“É com consternação que Isabel dos Santos tomou nota do teor do Comunicado de Imprensa da PGR de Angola”, segundo o comunicado divulgado esta quinta-feira, 14 de maio.

Segundo a empresária, a “narrativa falsa” da PGR de Angola teve por base “uma falsa história de uma suposta venda das participações sociais de Isabel dos Santos numa empresa (Unitel) em Angola, venda essa feita a um suposto cidadão árabe, e depois um suposto investimento no estrangeiro feito por um cidadão árabe que representaria a Isabel dos Santos num investimento de 10 milhões a mil milhões de euros no Japão”.

“Para que fique claro, Isabel dos Santos não deve dinheiro ao Estado Angolano e não há nenhuma dívida sua registada em qualquer parte do OGE (Orçamento Geral do Estado), como se pode verificar, uma vez que em Angola os OGE, documento e o registo oficial de como e onde foi usado o erário público, são públicos e estão publicados”, pode-se ler.

“A evidência sumária do dito perigo de dissipação de património por parte de Isabel dos Santos seriam as provas forjadas que constam do pedido da providência cautelar de arresto”, destaca a empresária.

“Concluímos que só porque aceitou uma série de documentos totalmente forjados é que o Tribunal Provincial, por razões que não se qualificam aqui, deu como provada a emergência da situação e decretou o arresto. Sem prova desse perigo de dissipação de património, nunca nenhum arresto cível poderia ter sido decretado por ser requisito fundamental do arresto”, argumenta Isabel dos Santos.

Na terça-feira, Isabel dos Santos acusou hoje Angola e Portugal de terem usado como prova no arresto de bens um passaporte falsificado, com assinatura do mestre do kung-fu e ator de cinema já falecido Bruce Lee.

Em resposta ao Jornal Económico, a PGR de Angola disse na terça-feira que consta a referida cópia de passaporte estava sob investigação junto ao Serviço de Migração e Estrangeiros, precisamente para aferir a sua autenticidade.

A investigação que corre no âmbito de um processo cível onde foi decretado o arresto de bens da empresária angolana que, segundo PGR de Angola, é um dos vários processos contra empresária angolana em que o Estado reivindica mais de 4,6 mil milhões de euros.

Sobre este valor avançado pela PGR de Angola, Isabel dos Santos também questiona porque é que este valor aumentou.

“Porque se deteta que para a PGR de Angola a dívida que reclamava à Eng.ª Isabel dos Santos era de 1,2 mil milhões de euros, mas agora, surpreendentemente, este valor subiu em quatro vezes para 4,6 mil milhões de euros. Ora, à medida que se forem demonstrando as demais falsificações neste processo, vai a PGR de Angola continuar a aumentar e a fixar novos prejuízos?”, questiona a empresária.

 

https://jornaleconomico.pt/noticias/pgr-de-angola-arresto-a-isabel-dos-santos-nao-teve-como-base-passaporte-falso-sao-reclamados-mais-de-46-mil-milhoes-587826

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.