“Nas universidades temos capacidade de gerar soluções”, refere docente da Universidade de Coimbra

Decorreu esta quarta-feira, dia 21 de maio, no jardim botânico Vandelli, o evento NextLap Summit, organizado pela ValorPeneu e pela consultora Beta-i, que se foca na economia circular.

Esta é já a terceira edição do evento, cujo objetivo é (re)unir o ecossistema da circularidade, visando encontrar novas soluções e compreender como é que a inovação pode trabalhar com as diferentes empresas, universidades, ONG, etc.

O evento já conta com mais de 100 candidaturas, com mais de 30 startups e cinco parceiros corporativos.

Um dos projetos que participou na atual e também na edição passada pertence à Universidade de Coimbra, do Centro de Investigação (CERES), do qual resultou um líquido de borracha que pode ter várias aplicações, nomeadamente na proteção da madeira.

Esta solução de borracha é feita através da dissolução de pneus em fim de vida e que inicialmente tinha outra finalidade, ser incorporada na engenharia civil, mas rapidamente foi verificado que tinha outras aplicações.

“As universidades são vistas como uma instituição de transmissão de conhecimento, mas na universidade temos a capacidade de gerar esse conhecimento. É um conhecimento que vai colmatar os problemas, que vai ser uma solução, contudo isto só acontece se houver uma ligação entre a universidade e o mundo real”, referiu a professora Elisa Julião.

Atualmente, esta solução pretende substituir o creosoto, uma substância utilizada para preservar a madeira, mas que já está provado que tem riscos para a saúde. Até ao momento a equipa da Ceres mostra-se entusiasmada, uma vez que os resultados têm sido animadores.

Esta solução poderá ser utilizada na Infraestruturas de Portuga (IP), na proteção da madeira utilizada nos carris.

Apesar dos resultados otimistas, a universidade enfrenta alguns desafios, nomeadamente no que toca a validar e escalar a nossa tecnologia e em como torná-la mais competitiva e mais diferenciadora.

Outro produto é desenvolvido pela Dreamplas, e trata-se de uma solução fora da caixa, um tapete para urinol, que apesar de já estar desenvolvida, a empresa focou-se nas fragrâncias. Este tapete incorporou a borracha do pneu e colabora com a IP.

Cyril Santos, responsável pelo departamento de Engenharia e Investigação, refere que o maior desafio que tem enfrentado, uma vez que o produto já estava feito, é a parte da imagem e marketing do produto.