O secretário-geral da NATO, o norueguês Jens Stoltenberg, disse que é mais importante que a Finlândia e a Suécia se juntem à aliança militar rapidamente, em vez ambos os países ficarem à espera de poderem entrar em conjunto. A possibilidade ocorre porque a Turquia ainda não levantou o bloqueio que impôs à Suécia – nem parece que o venha a fazer nos próximos dias dado que tem agora mais com que se preocupar.
Falando antes de uma reunião de ministros da Defesa da OTAN na sede da aliança em Bruxelas esta terça-feira, Jens Stoltenberg disse que a “questão principal não é se a Finlândia e a Suécia entram juntas”. O principal é que entrem.
Mas a questão pode não ser tão simples quanto isso. E não é por acaso que os dois países – com a Finlândia a ter vastos territórios de fronteira com a Rússia e a servir de ‘parede’ à Suécia – quiseram entrar em conjunto. A ideia inicial era que Suécia e Finlândia têm o mesmo (elevado) grau de exposição à Rússia e que dele devem defender-se em conjunto, como sempre fizeram até aqui. Esta paridade é, segundo os analistas, importante tanto do ponto de vista geopolítico, como do ponto de vista do ‘consumo’ interno. A vizinhança de um país que deixou de ter o mesmo grau de prontidão na defesa quando o assunto da entrada foi pensado de forma global pode não ser uma questão pacífica na Escandinávia.
Os comentários de Stoltenberg marcaram o primeiro reconhecimento aberto da NATO de que os dois países podem ingressar na aliança separadamente, depois de abandonarem décadas de não-alinhamento e solicitarem a adesão à aliança após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro do ano passado.
As suas respetivas propostas de adesão foram ratificadas por todos os 30 Estados-membros da aliança transatlântica, exceto a Hungria e a Turquia. A aprovação unânime é necessária para que qualquer país se torne novo membro.
Recorde-se que o presidente da Turquia, Recep Erdogan, indicou que o seu país poderia ratificar o pedido da Finlândia, mesmo continuando a bloquear o da Suécia. “A nossa posição sobre a Finlândia é positiva, mas não é positiva sobre a Suécia”, disse aos parlamentares do seu país no início de fevereiro. São os parlamentares que têm de ratificar as entradas – mas nunca o farão se o presidente mantiver a recusa.
A Hungria adiou a data de ratificação de ambos os países três vezes até agora, mas não levantou publicamente nenhuma objeção substancial à adesão de nenhum deles.
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