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Navigator lança nova área de negócio com produtos de ‘packaging’

O objetivo da produtora de pasta e papel é aumentar gradualmente a produção até atingir cerca de 200 mil toneladas em 2025/2026. O investimento previsto nesta primeira fase para a produção destes produtos é de cerca de 10-12 milhões de euros, por ano, nos próximos anos.
27 Julho 2021, 18h33

A Navigator vai lançar uma nova linha de negócio de produtos de ‘packaging’, “confirmando o seu papel na substituição dos plásticos por materiais sustentáveis”.

No comunicado enviado há minutos para a CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, referente aos resultados alcançados no primeiro semestre deste ano, a administração da Navigator sublinha que a empresa “tem vindo, desde há vários anos, a desenvolver soluções para ‘packaging’, nomeadamente através da produção de papel de embalagem para os seus próprios produtos, assim como papel para fabrico de sacos e cartolinas de embalagem”.

“Nos últimos 18 meses, e fruto de uma reflexão em relação aos seus eixos de desenvolvimento, a empresa decidiu avançar de forma decisiva para a produção de novos produtos de ‘packaging’, desenvolvendo uma nova área de negócio, num segmento em grande crescimento e como resposta à necessidade sentida a nível mundial de diminuir o consumo de plástico, nomeadamente os plásticos de uso único, contribuindo para a redução da poluição dos oceanos”, assinala o referido comunicado.

Os responsáveis da Navigator salientam o papel da estratégia “From Fossil to Forest“, “alinhada o propósito de criação de valor sustentável,
para os seus acionistas, e para a sociedade como um todo, deixando às futuras gerações um planeta melhor”.

“Através de produtos e soluções sustentáveis naturais, recicláveis e biodegradáveis, que contribuem a montante para a fixação de carbono, para a produção de oxigénio, para a proteção da biodiversidade, para a formação de solo e para o combate às alterações climáticas. A Navigator decidiu investir na disponibilização de papéis de embalagem mais seguros e higiénicos para a indústria alimentar sem os riscos de
contaminação por substâncias perigosas, que a fibra reciclada pode conter. Com uma textura única e uma ‘performance’ de impressão singular, estes produtos são resistentes e completamente alinhados com o conceito de “sustainable shelf ready packaging’“, assegura a administração da produtora de pasta e papel.

Deste modo, esta nova estratégia de desenvolvimento do Grupo Navigator pretende cumprir os seguintes critérios: “aliar à história da empresa mais uma abordagem inovadora, sendo de realçar um pedido de registo da primeira patente e da primeira trademark; potenciar o uso da fibra de eucalipto ‘globulus’ que, com características originais de sustentabilidade, ‘performance’, higiene e segurança se está igualmente a revelar ímpar também para este segmento; realizar um investimento muito limitado quer ao nível da produção de pasta, quer ao nível da produção de papel; tirar partido, nesta primeira fase, das suas máquinas de papel PM1 e PM3 de Setúbal, de dimensão mais reduzida e que dispõem de uma grande flexibilidade de produção, retirando pressão sobre o papel UWF”.

De acordo com a administração da Navigator, “o negócio de ‘packaging’ tem uma gama de produtos muito abrangente e a empresa quer
evoluir para os segmentos de flexible packaging, bags e kraftliner“.

“A abordagem permite também uma grande flexibilidade na produção, já que mantém a opção das máquinas poderem continuar a fazer papel UWF em alinhamento com as condições de mercado”, garantem os responsáveis da Navigator, adiantando que “a empresa prevê vender até ao final de 2021 um volume já significativo de papel para ‘packaging’ e, em 2022, alargar a sua oferta”.

“O objetivo da companhia é aumentar gradualmente a produção até atingir cerca de 200 mil toneladas em 2025/2026. O Capex [investimento] previsto nesta primeira fase para a produção destes produtos é de cerca de 10-12 milhões de euros, por ano, nos próximos anos. Trata-se assim de uma opção de crescimento extremamente atrativa, com um ROCE [retorno sobre o capital empregado] muito
elevado uma vez que o investimento é moderado e permite a substituição de produtos de menor valor acrescentado de UWF”, revela a administração da Navigator.

Os responsáveis da produtora de pasta e papel adiantam que, “adicionalmente, este crescimento pode ser gradual e potencia o uso dos activos menos relevantes para o UWF, abrindo a possibilidade de conversões futuras ou de um investimento ‘greenfield’ em novas máquinas”, precisando que “o reporte deste negócio continuará a ser feito como até agora dentro do segmento de UWF, até ganhar materialidade suficiente”.

Sobre as perspectivas futuras da atividade da empresa até ao final deste ano, a administração da Navigator considera que, “à medida que a economia recupera e o plano de vacinação é implementado, é expectável que as condições do sector de pasta, papel e ‘tissue’ se mantenham globalmente positivas”.

“No negócio do papel, a retoma económica esperada conjugada com a melhoria do equilíbrio entre a oferta e a procura nos Estados Unidos e na Europa, na sequência da saída de capacidades e conversões já anunciadas, permitem boas perpectivas para a segunda metade
de 2021. A entrada de encomendas e a carteira da indústria muito elevada em Junho, os volumes de importação baixos, pressionados pelos custos dos fretes, e um nível equilibrado de ‘stocks’ no ‘pipeline’, consolidam essa visão positiva e permitem antecipar novos aumentos
de preço na segunda metade do ano. De realçar que, para além do preço da pasta e dos fretes, também os custos com os químicos e a energia estão a pressionar fortemente as margens dos produtores de papel europeus”, esclarece o referdo comunicado.

O mesmo documento acentua que, “no mercado da pasta, depois do crescimento acentuado verificado ao longo dos últimos meses, e a redução da diferença de preços entre regiões, perspectiva-se uma evolução mais moderada no segundo semestre, atingindo-se um pico de preços durante o terceiro trimestre na Europa”.

Já no segmento do ‘tissue’, “o aumento do preço da pasta e de outros factores de produção, está a provocar uma pressão nas margens dos produtores e os anúncios de aumentos de preço têm-se intensificado, verificando-se, no entanto, mais lento do que seria desejável”,  pelo que a “empresa está a desenvolver um conjunto de iniciativas de redução de custos que lhe permitirá minimizar o impacto nas suas margens.

“A Navigator continuará, deste modo, a actuar na gestão dos seus custos fixos e variáveis de forma transversal, desenvolvendo o seu plano de investimentos e diversificação e os seus projectos de sustentabilidade”, conclui o comunicado da Navigator enviado hoje, dia 27 de julho para a CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

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