[weglot_switcher]

Navigator lidera subidas em Lisboa depois da decisão do Tribunal dos EUA

O Tribunal do Comércio Internacional dos EUA obrigou o Departamento do Comércio norte-americano a reavaliar a taxa de imposto aplicada a alguns produtos de papel exportados pela Navigator, segundo avança a Bloomberg, isso fez subir as ações do PSI-20. Europa fecha no verde.
25 Novembro 2019, 17h29

O PSI-20 fechou em terreno ligeiramente positivo (+0,05% para 5.183,14 pontos). A estrela da sessão é a Navigator, que subiu +2,27% para 3,606 euros, explicado pela anuncio da distribuição de reservas livres aos acionistas no valor de 0,1394 euros/ ação, correspondente a uma yield de quase 4%.

Hoje a Bloomberg noticiou que o Tribunal do Comércio Internacional dos Estados Unidos obrigou o Departamento do Comércio a reavaliar a taxa anti-dumping (1,75%) que é aplicada aos produtos exportados pela Navigator para os Estados Unidos. Os EUA mantêm uma taxa anti-dumping sobre importações portuguesas de papel não revestido, que é usado no papel de escritório e de impressão de livros, manuais, brochuras, entre outros.

O Departamento do Comércio vai ter de fundamentar melhor o racional da aplicação da taxa anti-dumping. Segundo a Bloomberg o Governo norte-americano tem até 20 de fevereiro para responder às solicitações do tribunal, pelo que só haverá desenvolvimentos do tema no próximo. A nova proposta do Governo de taxas sobre as exportações da Navigator terá de ser aprovada pelo tribunal.

A maior subida do PSI coube no entanto a F.Ramada que valorizou +2,66%. A EDP Renováveis também se destacou na subida de +1,01% para 10,04 euros (já a EDP subiu apenas +0,25% para 3,650 euros; os CTT ganharam +1,48% para 3,156 euros; e a Corticeira Amorim avançou +1,34% para 10,60 euros.

Durante a sessão, a petrolífera anunciou que celebrou um contrato de Aquisição de Energia (PPA) de longo-prazo com a Grenergy Renovables. Este contrato tem subjacente projetos de geração de energia solar de 200 MW em Espanha, atualmente em desenvolvimento, cobrindo um montante total de 300 a 360 GWh por ano, durante um período de 12 anos, o qual será progressivamente alocado às atividades comerciais da Galp a partir de agosto de 2021. No entanto, a Galp deslizou -1,22% para 15,025 euros o que pode explicar que o avanço da bolsa nacional tenha ficado aquém das valorizações observadas no resto da Europa. Já o BCP fechou a cair -0,64% para 0,2020 euros.

Em queda estiveram ainda as Sonae Capital (-1,11% para 0,80 euros); a REN que recuou -0,92% para 2,705 euros; e a NOS caiu -0,62%.

A Europa assistiu a uma sessão de otimismo na negociação, “com os investidores esperançosos quanto aos progressos na trade war, isto depois das notas de que a China procura aumentar a proteção dos direitos de propriedade intelectual, um dos pontos que os EUA queriam ver resolvidos no âmbito das negociações”, avançou o analista do Millennium BCP, Ramiro Loureiro.

A LVMH, que avançou para a compra da Tiffany, beneficiou deste ambiente favorável na guerra comercial, assim como das eleições em Hong Kong, onde o movimento pró-democracia assegurou quase 90% dos assentos do Conselho Distrital. A empresa de bens de luxo, registou uma valorização considerável (+2,02%), depois da notícia da CNBC de que confirmou que chegou a um acordo para adquirir a Tiffany por 16.200 milhões de dólares.

As bolsas europeias negociaram em terreno positivo. O EuroStoxx 50 ganhou 0,60% para 3.709,5 pontos. O FTSE 100 subiu 0,95% para 7.396,29 pontos; o CAC 40 avançou 0,54% para 5.924,86 pontos; o DAX disparou 0,63% para 13.246,45 pontos, ao passo que o FTSE MIB subiu 0,79% para 23.444,7 pontos e o IBEX fechou nos 9.319,9 pontos (0,70%).

A motivar subida dos mercados do Velho Continente esteve um sinal prometedor nas negociações sino-americanas que foi reforçado por algumas notícias empresariais, diz o analista do BPI que acrescenta que “todos os setores encerraram em terreno positivo, com destaque para os produtores de matérias-primas e as farmacêuticas que figuraram entre os melhores performers”.

A Novartis anunciou que irá comprar a Medicine Co, uma empresa biofarmacêutica americana especializada em medicamentos de combate à arteriosclerose e às doenças cardiovasculares, por 6.800 milhões de dólares. A farmacêutica suíça subiu cerca de 1%.

O analista do BPI destaca ainda que em Madrid, a Siemens Gamesa ganhou mais de 8%, depois de ter sido anunciado que assinou com a Nexans um contrato de dois anos para fornecer cabos Windlink para turbinas. Já pela negativa destacou a ThyssenKrupp que perdeu terreno, depois do Exane BNP Paribas ter reduzido a sua recomendação de «outperform» para «neutral».

Em termos de indicadores económicos, o índice de confiança dos empresários alemães IFo situou-se nos 95,0 em novembro, um nível em linha com o esperado pelos economistas.

A dívida alemã está a subir 1 ponto base para -0,349%, ao passo que a dívida soberana portuguesa cai 2 pontos base para 0,379%. Espanha tem os juros a subirem 0,3 pontos base para uma yield de 0,413% e Itália desce os juros em 1,8 pontos base para 1,163%.

O petróleo cai 0,30% no mercado de Londres cotando o barril de Brent nos 63,14 dólares.

O euro cai 0,09% para 1,1011 dólares.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.