[weglot_switcher]

“Negociações com Bruxelas não estarão concluídas em março”, prevê presidente da TAP

“O facto de ser mais pequena, com 88 aeronaves, não anula que esteja previsto que a frota da TAP possa recuperar. Quando a TAP foi privatizada, em 2015, tinha 75 aeronaves e ninguém dizia que era uma ‘TAPzinha’”, comentou esta terça-feira o Chairman da TAP, Miguel Frasquilho, na audição na Comissão Parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
23 Fevereiro 2021, 17h18

“Segunda-feira, 1 de março, ou entram em vigor os acordos estabelecidos com os sindicatos ou entram em vigor os regimes sucedâneos”, referiu esta terça-feira, 23 de fevereiro, o chairman da TAP, Miguel Frasquilho, na audição na Comissão Parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação. No entanto, “já não é previsível que as negociações do Plano de Reestruturação com Bruxelas possam estar concluídas em março”, adverte Frasquilho.

O deputado do PS, Carlos Pereira repetiu a pergunta a Miguel Frasquilho: “caso a TAP tivesse acesso aos apoios Covid-19, os resultados seriam diferentes?”. “Praticamente não difeririam em nada. A solução não seria diferente daquela que agora temos sobre a mesa, para que a TAP possa ser uma empresa sustentável e rentável”, respondeu Miguel Frasquilho.

“Face à dimensão da companhia em 2019, quando tinha uma frota de 105 aeronaves, atualmente passou a 88 aeronaves, acrescida de três aeronaves de carga, que é uma área que poderá manter-se no futuro e que a TAP não tinha, e que agora permitiu transportar vacinas da China para o Brasil num cargueiro da TAP”, comentou Miguel Frasquilho.

“O facto de ser mais pequena, não anula que esteja previsto que a frota da TAP possa recuperar, mas também 2025 não será o mesmo mundo que tínhamos em 2019. Quando a TAP foi privatizada, em 2015, tinha 75 aeronaves e ninguém dizia que era uma ‘TAPzinha’. A companhia tem uma posição muito interessante entre o tráfego do Brasil e a Europa e é a segunda companhia europeia com maior presença em África. Claro que o plano prevê uma redução de atividade para os próximos anos, mas não há nenhuma companhia aérea em que isso não aconteça. Mesmo assim a TAP está preparada para voltar a crescer. O plano da TAP é conservador e cuidadoso e este primeiro trimestre está a ser mais difícil que o esperado”, referiu ainda o chairman da TAP.

“Só a partir do momento em que passou a haver maior visibilidade do plano de reestruturação – em dezembro, quando foi entregue à Comissão Europeia -, só aí é que houve condições para falar com as forças sindicais. Todo o cenário é extremamente adverso. A procura despareceu. E a TAP teve de se adaptar. Os credores, os fornecedores e os lessors, todos deram a sua contribuição para este plano. Teve de haver um ajustamento, que é aquele que se conhece. O pior era a TAP ter sido encerrada. Não podemos ignorar que o retorno esperado do auxílio da TAP pode ser duas a três vezes superior a esse montante até 2030. A maior certeza existente é que teremos de ser mais produtivos e mais eficientes, por isso a massa salarial de 2025 não pode ser igual à de 2019”, conclui o chairman da TAP.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.