Israel e o Líbano, que tecnicamente continuam em guerra, abriram no mês passado negociações sobre a fronteira marítima comum, sob os auspícios dos Estados Unidos e da ONU, e que deveriam abrir caminho para a exploração offshore de petróleo e gás – mas como avançavam alguns analistas, o debate já começou a correr mal.
“O Líbano mudou a sua posição em relação à fronteira marítima com Israel sete vezes”, disse o ministro da Energia de Israel, Yuval Steinitz num ‘twit’ desta quinta-feira. “A sua posição atual contradiz não apenas a anterior, mas também a posição relativa à fronteira marítima com a Síria, que leva em consideração as ilhas libanesas próximas da fronteira”, disse.
O presidente libanês, Michel Aoun – definiu a posição do seu país como devendo ser “baseada na linha que parte em terra do ponto de Ras Naqoura”, uma demarcação “de acordo com o princípio geral conhecido como linha mediana, sem levar em consideração qualquer impacto das ilhas costeiras palestinas ocupadas”.
Israel e Líbano têm negociado com base num mapa registado nas Nações Unidas em 2011, que mostra um trecho de mar de 860 quilómetros quadrados em disputa. Mas, entretanto, o Líbano passou a considerar que o mapa foi baseado em estimativas erradas.
Michel Aoun confirma que o Líbano exige agora 1.430 quilómetros quadrados adicionais de mar mais ao sul, o que inclui parte do campo de gás Karish de Israel, o que veio colocar tensão sobre as negociações.
Paralelamente, o ambiente geral das relações entre Israel e a Palestina tem vindo a piorar, o que, para os analistas, não deixar de influenciar negativamente o ambiente que se vive dentro da sala de negociações. O ponto mais difícil, nos dias mais recentes, foi uma visita inédita que o secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo decidiu fazer esta quinta-feira a uma empresa vinícola israelita instalada em territórios ocupados na Palestina – o que mereceu um violento repúdio da parte da Autoridade Palestiniana.
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