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Nenhuma nação deve repetir erro da Suécia, avisam especialistas

“Estamos a sacrificar idosos e pessoas com doenças prévias”, disse Olle Kämpe, professor do Instituto Karolinska em Estocolmo, acrescentando que na sua opinião, “não é algo que alguém deva copiar”. 
  • Suécia
21 Maio 2020, 14h46

A estratégia da Suécia ao não aplicar o confinamento acabou por não correr bem, com o número de casos e mortes a subir consideravelmente. O país nórdico continuou a permitir que os habitantes fossem a parques púbicos, restaurantes e que continuassem a trabalhar, além de encorajar que não fosse praticado o distanciamento social.

De acordo com o ‘Business Insider’, algumas especialistas estão a alertar que o modelo praticado pela Suécia não é seguro, sendo que entre 13 e 20 de maio, o país registou a taxa de mortalidade mais elevada per capita da Europa. Em duas cartas enviadas ao governo sueco, assinado por mais de dois mil pessoas, os especialistas pediram por medidas mais apertadas, uma vez que o novo coronavírus está a deixar muitos grupos vulneráveis.

Os especialistas responsáveis pelas duas cartas endereçadas aos políticos disseram ao ‘Business Insider’ que nenhum outro país deve imitar a Suécia, embora alguns protestantes contra o confinamento e políticos norte-americanos tenham aplaudido o país.

“Estamos a sacrificar idosos e pessoas com doenças prévias”, disse Olle Kämpe, professor do Instituto Karolinska em Estocolmo, acrescentando que na sua opinião, “não é algo que alguém deva copiar”.

Segundo o epidemiologista chefe da Suécia, que criou o plano do país, afirmou os progressos positivos do país, contrariando alguns dos seus colegas. O responsável pelo plano de não confinamento afirmou que 20% da população sueca era imune ao vírus e que isso iria a ajudar quando a segunda vaga atingisse o país.

Olle Kämpe defendeu que a abordagem da Suécia significa uma responsabilidade especial para o país, ainda que “o fardo da prova seja muito pesado”. O professor em Estocolmo é ainda um dos defensores que o país decidiu optar pelo método de “imunidade de rebanho”, em que se pretende infetar e curar todas as pessoas para criar imunidade geral.

“Se temos um vírus totalmente novo, do qual sabemos muito pouco, porque não andamos um passo para trás e dizemos que estamos a tentar infetar o menor número de pessoas até sabemos mais sobre a doença?”, questionou Kämpe, voltando a sustentar que a estratégia sueca é “o oposto: infetar o maior número possível, e alcançar imunidade de rebanho”.

Do ponto de visto dos especialistas contra a estratégia atual, a Suécia está a tentar apenas que os habitantes saudáveis permaneçam vivos. Ainda assim, Kämpe defende que o governo não está a ter em conta as faixas etárias mais novas, uma vez que estão a verificar a existência de coágulos de sangue, derrames cerebrais e sintomas inflamatórios, que acabaram por matar quatro crianças.

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