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Netflix: Preço da subscrição sobe e número de assinantes dispara em 10 anos

Apesar de algumas dificuldades nos últimos anos, tudo dá conta que a Netflix está a ultrapassar as tormentas. Em 10 anos, a gigante do streaming viu a sua capitalização disparar em 250 mil milhões, o número de subscritores crescer mais de 500% e o preço das contas subir dentro da média.
29 Julho 2024, 15h21

A Netflix é a plataforma de streaming com maior sucesso. Nasceu a partir de um conceito de DVD por demand, ao contrário dos famosos BlockBuster, e rapidamente se converteu ao digital.

No espaço de uma década, a empresa fundada por Reed Hastings e Marc Randolph soma 277 milhões de subscritores em todo o mundo, um número atualizado recentemente nas contas do segundo trimestre de 2024. Este valor representa um disparo superior a 500% em termos de subscritores nos últimos 10 anos, de acordo com as contas feitas pelo “Stocklytics“.

No entanto, essa não foi a única subida observada pela análise. O preço original do serviço da Netflix era de oito dólares, em termos originais, sendo que o primeiro aumento da tabela de preços deu-se em abril de 2014, e desde então que não parou de subir.

Nesta data, o preço da subscrição básica manteve-se nos oito dólares até janeiro de 2019, quando aumentou um dólar e voltou a subir um dólar em janeiro de 2022. Um subscritor pagava nove dólares por uma conta standard em 2014, precisamente há uma década, valor que passou para 10 dólares em outubro de 2015 e continuou a aumentar até chegar aos 15,5 dólares este ano.

Já a conta premium, que permite a multiplicidade de ecrãs e partilha, era 12 dólares em 2014, tendo aumentado para os 14 dólares em 2018 e para 16 dólares em 2019. Em pouco mais de um ano este valor voltou a subir para 18 dólares e para 20 dólares em 2022. Preço mensal está atualmente nos 23 dólares.

De acordo com as contas da análise, “o preço do plano básico está hoje 35% mais caro que em 2014”. A conta premium “praticamente duplicou o preço em relação há 10 anos”, evidencia a “Stocklytics”.

Ainda assim, e apesar do aumento constante de preços e de anos negros para as contas da empresa, os subscritores parecem não parar de crescer. De facto, os assinantes da Netflix têm observado uma aceleração nos últimos dois anos.

Em 2014, a Netflix contava com perto de 55 milhões de assinantes a pagar, tendo adicionado ‘só’ 8,3 milhões de novas contas nesse ano. Volvidos dois anos, 18 milhões assinavam a plataforma, elevando os subscritores para 90 milhões, sendo que a pandemia impulsionou fortemente os números ao fazer crescer em 36,5 milhões de novos assinantes para um total superior a 200 milhões de utilizadores.

Mas a reabertura das economias levaram a uma desaceleração significativa em 2021 e 2022, com a plataforma de streaming a elevar os seus assinantes em 2023, para aquele que é considerado um dos seus melhores anos em termos de crescimento de subscritores. No entanto, 2024 está à perna: no primeiro semestre acrescentou 17,3 milhões de utilizadores às contas, dos quais 8,05 milhões no segundo trimestre, para um total superior a 277 milhões.

“Se a tendência continuar no segundo semestre, 2024 pode tornar-se um dos melhores anos para o crescimento de subscritores pagos da Netflix”, indica a análise.

Lembrar que, de acordo com o último relatório de contas deste ano, a gigante do streaming conseguiu arrecadar 18,8 mil milhões de dólares em receitas entre janeiro e junho, um valor que representa um salto de 16% face ao período homólogo.

Em 10 anos, a Netflix conseguiu somar mais de 207 mil milhões de dólares em receitas devido à base crescente de subscritores e conteúdos próprios, uma aposta que a plataforma tem considerado ganha. A análise mostra que o impressionante aumento de subscritores e receita fez com que a gigante do streaming conseguisse acrescentar 238 mil milhões de dólares ao valor das ações no espaço de 10 anos.

Embora constituam números ‘simples’, a Netflix passou de uma capitalização bolsista de 20,63 mil milhões de dólares em 2014 para os 270,47 mil milhões de dólares que contabiliza durante a sessão desta segunda-feira, 29 de julho.

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