A plataforma de streaming Netflix reportou lucros de 2,15 mil milhões de dólares no segundo trimestre fiscal, um valor que comporta um crescimento de 44,3% em relação ao valor observado no período homólogo.
O mercado estimava lucros na ordem dos 2.088 milhões de dólares, significando números melhores do que aqueles que eram perspetivados pelos analistas.
A empresa fundada por Reed Hastings e Marc Randolph apresentou ainda receitas de 9.559 milhões de dólares, um acréscimo de 16,8% face aos três meses homólogos. Os analistas estimavam 9.530 milhões.
Abordando ainda os números, algo muito importante para a Netflix e que não estavam a satisfazer os acionistas: os subscritores. A maior plataforma de streaming mundial conseguiu adicionar 8,05 milhões de novos assinantes, somando um total de 277,6 milhões de subscritores pagos. Este valor duplicou os números esperados pelo mercado, que apontavam para 4,8 milhões de novos clientes.
A plataforma atribui os ganhos de novos subscritores a títulos como “Bridgerton”, “Baby Reindeer” e “The Roast of Tom Brady”, bem de “Under Paris”, “Atlas” e “Hit Man”. A Netflix aponta mesmo uma “grande variedade de séries de sucesso de filmes populares”.
Na carta aos seus acionistas, a dupla de CEO da Netflix lembra que a receita só teve a oportunidade de crescer 17% no trimestre em causa por ter sido “impulsionada por um aumento de 16% em termos anuais de assinaturas pagas”.
O lucro operacional foi de 2,6 mil milhões de dólares, o que representa uma subida de 42% em relação ao mesmo trimestre de 2023. Já a margem operacional cresceu para 27,2%.
“Estamos a fazer progressos constantes na expansão do nosso negócio de anúncios. A adesão aos anúncios cresceu 34% neste trimestre fiscal, e estamos a construir uma plataforma interna de tecnologia de publicidade que vamos testar no Canadá em 2024 e lançar de forma mais ampla em 2025”.
Apesar de um resultado bastante positivo, que a plataforma considerou mesmo como “forte”, a Netflix decidiu rever as suas perspetivas anuais. No conjunto do ano, a empresa reviu em alta as suas previsões de crescimento.
Com base nos novos dados, a plataforma estima um aumento entre 14% e 15% ao nível da faturação e uma margem operacional de 26%, numa subida de um ponto percentual às perspetivas iniciais.
Mas os bons resultados não chegam todos os trimestres. Por isso mesmo, a Netflix decidiu acautelar os seus acionistas, referindo que o ganho de novos subscritores no terceiro trimestre ficaria abaixo dos dados observados em 2023, quando a plataforma terminou com a partilha de passwords.
Na mesma carta, a Netflix anunciou a saída de Peter Naylor, vice-presidente de vendas de anúncios. Para já, e nos próximos dois anos, a empresa não espera que a publicidade seja o seu principal motor de crescimento das receitas.
As ações da Netflix já fecharam a negociar de forma negativa. A plataforma de streaming viu as suas ações a perderem 0,68% para 643,04 dólares ao fecho do sino.
Mas esta perda continua nas negociações after-hours (pós-fecho do mercado), o que poderá significar que os investidores não estarão muito satisfeitos com os resultados apresentados.
Pelas 22h50, os títulos da cotada em Nasdaq estavam a cair 1,56% para 632,98 dólares. No entanto, poucos minutos depois já se encontravam com ganhos de 0,66% para 647,30 dólares. A Netflix terá de esperar pelo novo toque do sino na sexta-feira para saber como o mercado reagiu aos resultados do segundo trimestre fiscal.
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