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Nicolás Maduro expulsa 56 militares das fileiras do exército por envolvimento no golpe de Estado

O regime venezuelano está a purgar o seu exército dos militares suspeitos de terem estado ao lado de Juan Guaidó naquilo que considera ser uma tentativa de golpe de Estado.
9 Maio 2019, 13h19

O regime venezuelano de Nicolás Maduro expulsou o ex-chefe da polícia política e outros 55 militares, acusados de envolvimento nos acontecimentos que tiveram lugar a 30 de abril e 1 de maio passado: uma tentativa de golpe de Estado para o regime, um sinal de libertação em marcha para a oposição liderada por Juan Guaidó.

Como parte da precipitação que desencadeou a revolta, Maduro ordenou a expulsão e degrado do general Manuel Figuera, ex-chefe do Serviço de Inteligência Bolivariana (Sebin), cinco tenentes-coronéis, quatro majores, quatro capitães, seis primeiros-tenentes e tenentes e 36 sargentos, escreve o diário oficial venezuelano.

Entre os oficiais afastados está o tenente-coronel da Guarda Nacional Illich Sanchez, que nos últimos meses estava no comando do quartel-general do comando que dá proteção à Assembleia Nacional, controlada pela oposição. Sanchez era um dos oficiais que acompanharam Guaidó fora da base aérea Generalíssimo Francisco de Miranda, onde começou o levantamento.

Até agora, o governo não informou sobre o paradeiro dos 56 soldados considerados rebeldes, enquanto organização humanitária local, a Fórum Criminal, denunciou ontem que não sabe do paradeiro de um grupo de soldados que participaram do levantamento. De qualquer modo, as autoridades brasileiras confirmaram na semana passada que 25 soldados venezuelanos se refugiaram na sua embaixada em Caracas.

A decisão de Maduro é uma tentativa de conter novos levantamentos e de mitigar a crise política e militar a que o regime foi exposto depois da iniciativa da oposição. Os Estados Unidos levantaram as sanções contra o ex-chefe da polícia política um dia antes do levantamento, como uma forma de incentivar outros aliados de Maduro a assumir o apoio à oposição.

Maduro anunciou que o General Comandante Gustavo Gonzalez Lopez voltou à direção da Sebin. Figuera tinha assumido o controlo daquela força em outubro, após a destituição de Gonzalez Lopez – na sequência do escândalo da morte de um vereador da oposição, que as autoridades dizem ter-se suicidado na sede da polícia política logo após a sua prisão.

Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional de Itália publicou no seu site um comunicado no qual revela que uma parlamentar venezuelana, dos sete que foram acusados de traição e rebelião, está na residência do seu embaixador em Caracas.

“Mariela Magallanes é casada com um cidadão italiano e aguarda o reconhecimento da cidadania italiana na residência do embaixador italiano em Caracas”, revela o documento.

Na terça-feira, o Suprem Tribunal venezuelano comunicou que Henry Ramos, Luis Florido, José Simón Calzadilla, Américo De Grazia, Richard White e Mariela Magellan serão processados pelos crimes de “traição, conspiração, incitação à revolta rebelião militar, conspiração, abuso de poder e incitamento público à desobediência”.

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