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No fim de semana, deixe o sofá e visite um museu

Visitar museus será sempre ‘cool’, até porque nada se compara a estimular os sentidos in loco. Ficar o tempo que bem apetece. Regressar a uma pintura ou instalação só porque sim, porque gostámos e queremos contemplá-la de novo.
Les Cavaliers, Amadeo de Souza-Cardoso
21 Janeiro 2022, 18h25

Nem todos os caminhos vão dar ao museu. É sabido. Temos de querer ir até lá. Faz parte do jogo e não tem nada de “século passado”. É cool e revigorante. Mais. Em doses homeopáticas faz maravilhas pela chamada cultura geral e, se passar a prática corrente, é vitamina cultural garantida.

A solo, em família, só com os miúdos ou com o seu/sua best friend, nada como escolher o museu que lhe apetece visitar e não olhar para trás. O fim de semana está aí e o frio pede cultura entre paredes. Estimulante, sim, aconchegante também. Seguem algumas sugestões.

 

Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa

Há quem diga que a Fundação Gulbenkian contribuiu tanto para a difusão da cultura em Portugal como o próprio Estado. Sem entrarmos nesse debate, cabe-nos reconhecer o imenso trabalho em prol das artes, da cultura e da investigação que a instituição criada pelo mecenas arménio Calouste Gulbenkian tem desenvolvido. O Museu que leva o seu nome é um exemplo disso. Tal como o Centro de Arte Moderna. Mas esse teremos de aguardar pelo próximo ano para o reencontro – as obras de ampliação ainda decorrem.

 

Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, Bragança

Instalado em pleno centro histórico de Bragança, num edifício do século XVIII, onde funcionou a delegação do Banco de Portugal até 1993, este é um espaço onde o arquiteto Eduardo Souto Moura criou sintonias entre passado e presente na arquitetura, e onde o visitante pode sentir plenamente a força da obra de Graça Morais. A pintora nascida em Trás-os-Montes, que faz da mulher um tema constante da sua obra. Um espaço intimista, com propostas estimulantes.

 

 

 

Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto

Inaugurado a 6 de junho de 1999, é um dos mais importantes museus em Portugal e apresenta um coleção de arte contemporânea representativa da obra de artistas nacionais e estrangeiros, desde finais dos anos 60 até à atualidade. Foi desenhado para minimizar o seu impacto no espaço envolvente e integrar-se de forma harmoniosa no histórico Parque de Serralves. O projeto é do arquiteto Álvaro Siza Vieira, que também assina o edifício que vai aumentar a área expositiva em 40% e que estará concluído em 2023.

 

Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante

Figura maior do modernismo português, Amadeo de Souza-Cardoso é a principal referência deste museu, instalado no segundo claustro do antigo convento dominicano de São Gonçalo. Mas neste espaço reúne-se também o espólio ligado à história local e à memória de outros grandes vultos das artes e letras de Amarante, como Teixeira de Pascoaes, António Carneiro, Acácio Lino, Paulino Cabral, Agustina Bessa-Luís, entre outros.

 

 

 

 

 

Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa

Ocupa o antigo palácio Alvor-Pombal, ou Palácio das Janelas Verdes, que foi propriedade de Francisco de Távora até o Marquês de Pombal ter ordenado a confiscação dos seus bens e o ter mandado executar. Inaugurado em 1814 pelo rei D. Luís I, além de obras de arte antiga, conserva no seu interior a capela de Santo Alberto, que pertencia ao convento do mesmo nome. Não deixe de visitar o jardim, que oferece uma ampla panorâmica sobre o Tejo.

 

Museu dos Coches, Lisboa

Situa-se numa das áreas de Lisboa mais ricas em museus, o bairro de Belém, tendo por vizinhos o MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, que integra o antigo Museu da Eletricidade, e os museus da Marinha, Etnográfico, Popular e de Arqueologia. É considerado um dos melhores do mundo na sua especialidade, quer pelo número de coches em exibição, quer pelo seu valor histórico e artístico.

 

Museu Nacional de Machado de Castro, Coimbra

Grande vulto da escultura portuguesa do séc. XVIII, Joaquim Machado de Castro, dá nome ao museu localizado no Paço Episcopal de Coimbra, que ainda conserva o claustro de origem, datado do séc. XII. Escultura gótica em madeira, escultura quinhentista, mobiliário e marfins, pintura portuguesa e dos primitivos flamengos, ourivesaria, são muitos os tesouros aqui expostos. A que se soma uma das mais impressionantes construções da época imperial romana conservadas em Portugal: um vasto e monumental conjunto de galerias, dispostas em dois andares, sito por baixo do museu, e que se crê serem parte da antiga cidade de Aeminium.

 

Museu de Arte Contemporânea de Elvas (MACE), Elvas

A Coleção António Cachola reflete os últimos 25 anos da criação artística visual realizada por artistas portugueses, que começaram a expor pública e regularmente a partir da década de 1980. Este espaço em pleno centro da cidade ocupa o edificado do antigo Hospital da Misericórdia de Elvas no século XVI-XVIII, pelo que as salas e contextos expositivos constituem um interessante contraponto às obras apresentadas. Património antigo e contemporâneo num estimulante diálogo e confronto.

 

Museu da Marinha, Lisboa

Criado pelo rei D. Luís I em 1863, no Arsenal da Marinha, foi destruído por um incêndio e transferido, em 1962, para o Mosteiro dos Jerónimos. A época dos descobrimentos, entre os séculos XV e XVI, é a estrela da coleção, que inclui cartas e mapas das rotas de Vasco da Gama, maquetas dos navios que deram a volta ao mundo, uniformes, globos terrestres, entre outros tesouros, como o bergantim real e a coleção de astrolábios. Sendo 2022 o ano do Centenário da primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul, aproveite para ver, ou rever, o hidroavião “Santa Cruz”, no qual Gago Coutinho e Sacadura Cabral cruzaram o Atlântico até ao Brasil, em 1922.

 

Museu Nacional do Azulejo, Lisboa

A sua criação, em 1980, na área conventual da igreja-convento da Madre Deus, em Xabregas, Lisboa, veio dar o devido reconhecimento ao azulejo na história da arte de um país onde a sua importância abarca desde o mais prosaico quotidiano aos mais rebuscado retábulos e retratos religiosos. A diversidade temática apenas rivaliza com o leque de cores e técnicas utilizadas. De destacar um painel de grande relevo histórico: uma vista de Lisboa antes do terramoto de 1755.

 

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