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No novo mundo das ‘insurtech’, a regulação e a escala são barreiras para o crescimento

No Fórum Seguros 2018, cinco participantes no sector segurador nacional debateram o papel das ‘insurtech’, com destaque para os desafios da regulação, tanto para o supervisores como para as startups.
28 Junho 2018, 12h55

Os consumidores estão recetivos às inovadoras propostas que as insurtech trazem ao mercado, mas estes novos players enfrentam barreiras ao crescimento, segundo cinco especialistas que participaram num dos paineis do Fórum Seguros esta quinta-feira.

O peso da regulação, a resistência de algumas seguradoras tradicionais em mudar para um cenário de colaboração e a dificuldade em ganhar escala foram algumas das barreiras identificadas no painel ‘O papel das insurtech‘, no evento organizado pelo Jornal Económico e pela consultora em Lisboa.

O administrador da Associação Fintech e Insurtech Portugal (AFIP), João Machado Mota, começou por defender que os reguladores têm de “compreender que há um core de seguros” e explicar que “as novas tecnologias das insurtech são de captação, sobretudo, e vão substituir as atividades de risco, numa primeira fase”. Embora Machado Mota não tenha considerado este último ponto “relevante para já”.

O administrador da AFIP sublinhou ainda os dois maiores problemas do setor. Enquanto nas seguradoras incumbentes há “organizações resilientes à mudança e alteração dos modelos de trabalho”, os novos players enfrentam problemas de “dimensão de mercado dado serem empresas pequenas”.

A Partner da BlueCrow Capital, Bibi Sattar Marques afirmou que “o maior desafio é adaptação do mercado e uma maior convergência, o custo da inovação e compliance“. Sattar Marques defendeu que esta é a exigência do sector, salientando que as insurtech “impõem mais dinamismo”.

Já o presidente executivo da Botly, David Dourado, realçou que “o consumidor estar recetivo a novas tecnologias e novos canais de distribuição”.

“O futuro passa por novos modelos de negócio, novos produtos”, explicou, adiantando que esta inovação deve “usar mais dados de modo controlado e com um custo razoável para as startups“.

José Figueiredo, diretor geral da Comparajá.pt, argumentou que o regulador deve observar qualquer venda ao consumidor. “A sua ação tem de ser observada”, sintetizou.

“Pode não aplicar as mesmas regras [referia-se à atual regulação], mas tem de aplicar regras”, conluiu.

O italiano Stefano Bellandi, líder da PwC Global para a transformação digital da indústria seguradora, defendeu que a prioridade é que estas empresas preservem a relação que têm com os clientes. “O desafio não é a regulação”, atirou, sublinhando que antigamente “todas as regulamentações eram diferentes, o que não acontece agora”.

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