É uma das noites mais longas do Natal madeirense. As atividades da Noite do Mercado têm conquistado, nos últimos anos, cada vez mais terreno à cidade, com milhares de pessoas na rua e, afirma Paulo Cafôfo, presidente da Câmara do Funchal (CMF), um “elevado rendimento” para o comércio local e tradicional.
O que começou por ser uma tradição circunscrita à área do Mercado dos Lavradores, na zona velha da cidade, é hoje, nas palavras de Paulo Cafôfo, “uma marca de sucesso” que reúne turistas e madeirenses numa festa que atravessa a baixa do Funchal de ‘uma ponta à outra’.
Este ano, a CMF licenciou 100 espaços destinados à comercialização de bebida, comida e de produtos típicos da quadra natalícia na vespéra de Natal e volta a instalar um ecrã gigante junto ao Mercado dos Lavradores. 130 elementos – entre Proteção Civil, corporações de bombeiros do município, da Cruz Vermelha Portuguesa, da PSP, da Capitania e da Polícia Marítima – vão garantir que a festividade decorra sob a máxima segurança e o comércio tradicional recebeu ‘luz verde’ para abrir portas fora de horas.
Paulo Cafôfo destaca a importância do evento para a dinamização do comércio e da economia local. Para facilitar a adesão ao evento, o município certificou-se de que dez parques de estacionamento se mantenham abertos durante toda a noite.
“A Noite do Mercado que nasceu da vontade espontânea dos munícipes é hoje uma marca, não apenas pelos milhares de pessoas que frequentam esta noite mas pelos reflexos muito significativos na economia local”, nota Paulo Cafôfo. E se no passado este evento “estava mais direcionado para as compras destinadas à consoada, atualmente, diz o edil, essa passou a ser uma vertente secundária e a Noite do Mercado representa uma grande rentabilidade para os comerciantes tradicionais, da restauração e bares”.
A adesão a esta iniciativa ímpar afigura-se, para o presidente da CMF, como um grande cartaz promocional da cidade. A autarquia tem insistido na manutenção do cariz tradicional da festa que não conta com artistas conhecidos ou cabeças-de-cartaz e privilegia as tradições e os cantares tradicionais.
“Esforçamo-nos por manter o formato tradicional da festa sem discotecas ao ar livre e com música tradicional. Esta é a noite dos licores, da poncha e das sandes de carne de vinha d’alhos. A prova do sucesso deste evento é que cada vez mais municípios o replicam e se isso servir para dinamizar a economia dos concelhos então é muito positivo”, acrescenta Cafôfo.
O autarca tem bem presente as memórias da infância quando ia ao Mercado com a mãe, a 23, para comprar tangerinas e as flores da noite de consoada. A tradição mantém-se, mas agora a noite é direcionada para o convívio e para o contacto com os munícipes. Já são poucas as pessoas que se deslocam ao Mercado dos Lavradores com a intenção de comprar as frutas e os legumes para o jantar ou almoço de Natal.
“As vivências são outras, mas continua a ser uma noite fantástica e acredite há problemas que se resolvem durante a Noite do Mercado”, refere Paulo Cafôfo.
40 mil copos recicláveis em nome do ambiente
Numa noite em que o consumo de álcool dispara, cabe à Câmara Municipal do Funchal zelar pela segurança dos frequentadores e pela limpeza da cidade que vai envolver 100 colaboradores e 23 viaturas.
As preocupações ambientais são outra das políticas da autarquia funchalense. Este ano, são 40 mil os copos recicláveis cujo objetivo é minimizar o impacto ambiental e reduzir os gastos com a operação de limpeza após a festa que se prolonga até às 5 horas da manhã.
O evento adquire também um cariz social. Nesta edição, por cada tonelada de resíduos de embalagem recolhida após os festejos da Noite do Mercado, será atribuído um valor de 300 euros à AFARAM – Associação de Amigos e Familiares do Doente Mental da Região Autónoma da Madeira.
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