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Norte-americana Oracle a caminho do parque da Lionesa

O centro empresarial continua a expansão. Depois de crescer a sul, agora vai aumentar para norte, com entrada direta para as rodovias estruturantes.
2 Fevereiro 2019, 18h09

A Oracle, gigante norte-americano do setor da tecnologia e informática – que fatura cerca de 40 mil milhões de dólares por ano – é a próxima empresa a instalar-se no interior do complexo empresarial da Lionesa em Leça do Balio, arredores do Porto, confirmou ao Jornal Económico o CEO daquele ‘business hub’, Pedro Pinto. O grupo, que opera em território nacional através da Oracle Portugal, já está a proceder a obras de preparação das instalações, que vão ocupar uma área de cerca de mil metros quadrados.

A Oracle – que está no Top10 mundial das tecnológicas juntamente com a Apple, Samsung, Microsoft, Alphabet, IBM, Intel, Cisco Systems, Hon Hai e Facebook – tem vindo a estender a sua atividade a outras geografias e a segmentos mais inovadores da área tecnológica, depois de, apesar de manter um volume de negócios linear, ter visto os lucros descerem abruptamente (mais de 50%) nos três últimos exercícios.

A Oracle vem assim juntar-se a três outras multinacionais que recentemente se instalaram no perímetro do parque empresarial da Lionesa: a dinamarquesa Vestas (turbinas de energia eólica), a alemã Klöckner Pentaplast (filmes para embalagens) e a chinesa Cofco (agro-alimentar), que ali criaram centros de desenvolvimento de negócio e de serviços partilhados.

Segundo adiantou ainda Pedro Pinto, o complexo vai receber em abril ou maio um novo centro da Solinca (que ocupará cerca de 1.500 metros quadrados), ao mesmo tempo que as três multinacionais anteriormente referidas já fizeram saber que querem aumentar as áreas que têm arrendadas. Só a Vestas quer ocupar mais 3.500 metros quadrados.

Para Pedro Pinto, “mesmo que não fizesse mais nenhum negócio este ano, a Lionesa já teria atingido os objetivos para 2019”. As cerca de 190 empresas que estão parqueadas no complexo empresarial (a que se acrescenta o centro empresarial AAA, um pouco mais a norte) “permitem que recebamos cerca de 6,5 milhões de euros por ano só com o arrendamento dos espaços para as empresas”. Os novos negócios que anunciou permitirão “talvez a partir de 2020, atingirmos um volume de rendas de nome milhões de euros”, disse Pedro Pinto, que tem em mãos uma lista de espera volumosa, mas que não revela.

Plano 2020/25 já está ultrapassado

É esta lista de espera que leva Pedro Pinto a trabalhar depressa. Há alguns meses atrás, apresentou aquilo a que chamou o Plano 2020/25 para a expansão do ‘business hub’ da Lionesa – mais cerca de 120 mil metros quadrados, que obrigam a um investimento da ordem dos 100 milhões de euros.

Ainda não construído mas já fixado nos seus contornos, Pedro Pinto já deixou para trás p Plano 20/25 e diz já ter em mente (e em parte também já nas mãos) o Plano 2025/30 – que compreende a extensão do complexo para o lado norte, em direção à chamada ViaNorte, uma das vias de acesso da cidade do Porto ao interior e ao litoral norte e ao sul da Galiza.

A Lionesa já comprou naquela área cerca de 30 mil metros quadrados de terreno e, mais importante ainda, ganhou uma estrada de acesso direto à ViaNorte, o que poderá fazer toda a diferença em termos de incentivo à procura do parque empresarial. A expansão para o lado norte da Lionesa ‘atira’ o projeto para uma estratégia a que Pedro Pinto chama de “mobilidade”. Para isso, o CEO da empresa quer atrair para as proximidades uma ciclovia, o caminho-de-ferro (uma linha desativada que passa nas proximidades) e uma entrada de acesso à ViaNorte – uma das principais ligações da região do grande Porto ao litoral e interior norte e ainda à Galiza, região de Espanha com enorme importância nas exportações nortenhas.

Para ‘moldar’ ainda mais a Lionesa, Pedro Pinto considera que ainda falta atrair uma clínica médica e uma escola internacional.

Os contactos estão a ser feitos e uma escola sediada em Lisboa mas que pode estar interessada em expandir para o Porto já está na linha da frente. Resta ainda um hotel (que faz parte do plano 20/25) que deverá ter 100 quartos e 100 apartamentos e para os quais há já três potenciais interessados. Mas Pedro Pinto não quer um hotel qualquer: “queremos um hotel temático ligado às artes”, que seja o primeiro passo de um outro projeto paralelo, ligado aos Caminhos de Santiago e em que o empresário – que também e o atual dono da Livraria Lello – também está envolvido.

No final do plano, Pedro Pinto tem um objetivo ‘simples’: “quero que a Lionesa seja um dos business hubs mais caros do mundo”. O empresário iniciou o projeto da Lionesa (uma antiga fábrica de seda há muito desativada) em 2001, e mantém-se rigorosamente sozinho (ou numa empresa de âmbito familiar) à frente do negócio: “não quero ter de me aborrecer com assembleias gerais”, diz.

Artigo publicado na edição nº1972, de 18 de janeiro, do Jornal Económico

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