A Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa (ENSP Nova) vai lançar um programa que assegura a formação contínua de quem trabalha no sector da saúde ou pondera uma mudança de carreira.
Sónia Dias, diretora da instituição, explica ao Jornal Económico (JE) que a formação contínua “é crucial” para os profissionais que atuam no sector da saúde poderem estar preparados para responder às alterações rápidas com que hoje e no futuro se vão deparar e tirar partido dos avanços organizacionais, clínicos e tecnológicos que são constantes.
“A atualização é a base de uma resposta ágil e de qualidade aos desafios emergentes, seja na promoção da saúde e prevenção da doença, seja na aposta em novos modelos organizativos ou em cuidados altamente diferenciados”, explica.
NextGen EducaTion by ENSP Nova é o nome do programa que a Escola da Universidade Nova de Lisboa está a lançar. Nesta primeira fase, inclui 11 formações, várias das quais nas temáticas da gestão e da liderança. Em que medida podem contribuir para melhorar os problemas de organização que são geralmente imputados ao Serviço Nacional de Saúde? – perguntamos.
“A formação em gestão e liderança assume um papel fulcral na preparação de novos líderes e decisores, dotando-os das ferramentas necessárias para pensar de forma inovadora e atuar com assertividade num cenário de transformação acelerada”, diz Sónia Dias. Desse cenário constam problemas como o envelhecimento demográfico, o agravamento das doenças crónicas, a multimorbilidade e outros desafios globais emergentes, como as alterações climáticas, que, em conjunto, estão a aumentar significativamente a pressão sobre os sistemas de saúde.
“A resposta aos desafios que a sociedade enfrenta exige uma transformação dos sistemas de saúde, que começa na preparação do seu capital humano para inovar e implementar novas soluções”, adianta, acrescentando que para que “esta transformação seja uma realidade, a mudança começa na forma como preparamos os profissionais do presente e do futuro”.
Os cursos de curta duração realizados online estão focadas numa aprendizagem assente em conteúdos atuais e com aplicação direta na prática diária, que vão da liderança de organizações de saúde, à gestão clínica, passando pela gestão financeira em hospitais, ou comunicação em saúde e cuidados continuados e paliativos.
Sónia Dias adianta ao JE que, apesar do alinhamento com as prioridades do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), “este programa específico não dispõe de financiamento direto proveniente do mesmo”.
As inscrições variam consoante os cursos, mas as primeiras encerram já no dia 2 de outubro.
Sónia Dias está confiante no interesse do público alvo: “Tendo em contas as necessidades específicas de conhecimento e atualização profissional ao longo da vida a que hoje se assiste, as nossas expectativas em termos de procura são bastante elevadas, refletindo o valor que atribuímos a um ensino que alia excelência científica à prática profissional”.
A diretora da ENSP Nova refere ainda que a Escola tem vindo a implementar uma série de programas de formação, apoiados pelo PRR, com enfoque em áreas inovadoras e essenciais para o futuro da saúde, como a Inteligência Artificial, Data Science, modelos de proximidade e outras ciências essências para a investigação e criação de evidência, incluindo a epidemiologia fundamental.
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