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Nova lei do Vaticano: padres e freiras obrigados a denunciar abusos sexuais e encobrimentos

A nova lei da igreja vai ser aplicada retroativamente, o que significa que os padres e freiras são obrigados a denunciar até mesmo os casos antigos de transgressões e encobrimentos sexuais.
9 Maio 2019, 19h14

O Papa Francisco promulgou uma lei, esta quinta-feira, exigindo que os padres e freiras católicos de todo o mundo denunciem abusos sexuais de clérigos e os seus superiores às autoridades eclesiásticas, sob um novo esforço para responsabilizar a hierarquia católica por não proteger a sua comunidade católica.

A nova lei da igreja vai proteger os denunciantes, implementar novos procedimentos de modo a que as denuncias sejam feitas de maneira confidencial e por fim, delinear os passos que devem ser seguidos durante as investigações aos bispos, cardeais ou outros superiores da igreja.

Esta nova lei traduz-se como o mais recente esforço do Papa Francisco para responder à crise global de abusos sexuais e encobrimentos por parte da igreja católica. Para além disso, o novo diploma católico faz com que 415 mil padres católicos e 660 mil freiras sejam obrigados a informar as autoridades da igreja de um clérigo ou irmã que tenha cometido abuso sexual contra menores, abuso sexual contra um adulto, posse de pornografia infantil – ou queixa de algum superior que tenha encobridos qualquer um desses crimes.

Se for implementado integralmente, o Vaticano poderá receber uma avalanche de denúncias de abuso e encobrimentos nos próximos anos. Como a lei é processual e não de natureza criminal, ela pode ser aplicada retroativamente, o que significa que os padres e freiras são obrigados a denunciar até mesmo os casos antigos de transgressões e encobrimentos sexuais – e desfrutar da proteções de denunciantes para fazê-lo.

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