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Nova Política Agrícola Comum pode ser oportunidade para apostar nos biológicos

“Nós temos que colocar o dinheiro onde resultem bens públicos […]. Não é a União Europeia (UE) que nos diz onde vamos colocar o dinheiro. Desta vez, vai-nos ser dada a oportunidade de fazer escolhas como nunca houve. Não há mais desculpas, ou se quer apostar na agricultura biológica ou não se quer”, vincou.
30 Junho 2019, 11h10

O presidente da direção da Agrobio defendeu que a Política Agrícola Comum (PAC) pós 2020 pode constituir uma oportunidade para apostar nos biológicos, apesar dos cortes previstos no âmbito do próximo quadro comunitário.

“A futura Política Agrícola Comum vai deixar um maior grau de flexibilidade a cada país para apostar naquilo que verdadeiramente acha que é estratégico. Nós estamos expectantes e a conversar com o Governo no sentido de poder apostar nesta agricultura”, afirmou Jaime Ferreira, em declarações à Lusa.

De acordo com o responsável da Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (Agrobio), apesar de o ‘Brexit’ retirar recursos do orçamento da UE, “onde há uma dificuldade, também há uma oportunidade”.

Posto isto, a Agrobio defendeu que mais dinheiro não significa melhores resultados, por isso, é importante saber como alocar os recursos disponíveis.

“Nós temos que colocar o dinheiro onde resultem bens públicos […]. Não é a União Europeia (UE) que nos diz onde vamos colocar o dinheiro. Desta vez, vai-nos ser dada a oportunidade de fazer escolhas como nunca houve. Não há mais desculpas, ou se quer apostar na agricultura biológica ou não se quer”, vincou.

O presidente da direção da Agrobio disse ainda acreditar que da parte do executivo haverá “interesse e vontade” em apostar neste tipo de produção, através de, por exemplo, incentivos para novos agricultores, de um programa de conversão da agricultura tradicional para a biológica e de ações de sensibilização para novos agricultores.

Jaime Ferreira considerou ainda ser “muito positiva” a entrada do PAN no Parlamento Europeu, acrescentando que os partidos ‘verdes’ são os que mais lutam pela promoção da agricultura biológica, impulsionados pelos consumidores que defendem “as questões ambientais, o bem-estar animal e a promoção de uma agricultura menos poluente e mais sustentável”.

A Comissão Europeia propôs, a 1 de junho de 2018, uma verba de cerca de 7,6 mil milhões de euros no Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2021-2027, a preços correntes, abaixo dos 8,1 mil milhões do orçamento anterior, com uma ligeira subida nos pagamentos diretos e cortes no desenvolvimento rural.

Também a preços correntes, para o QFP 2021-2027 está prevista uma verba de 4,2 mil milhões de euros no primeiro pilar da Política Agrícola Comum (PAC) (referente a pagamentos diretos) e de 3,4 mil milhões no segundo (para o desenvolvimento rural).

Criada há 34 anos, a Agrobio dedica-se, sobretudo, a apoiar os agricultores e a promover a agricultura biológica junto dos consumidores, tendo também uma vertente ligada à educação ambiental.

Esta organização não-governamental conta, atualmente, com cerca de oito mil associados, entre agricultores e consumidores.

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