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Novas tecnologias nos seguros: uma transformação “ainda por perceber”

Fórum Seguros decorreu hoje em Lisboa e foi promovido pelo Jornal Económico e pela PwC.
15 Março 2017, 13h37

As novas tecnologias estão a trazer mudanças de fundo ao setor dos seguros e as empresas terão de adaptar-se à nova dinâmica, consideram os representantes de algumas das principais seguradoras em Portugal, presentes hoje no Fórum Seguros, promovido pelo Jornal Económico e pela PwC.

Para Nelson Machado, CEO da Ocidental Vida, a verdadeira dimensão da transformação “está ainda por perceber”, tendo em conta aspetos como a quantidade de operações permitida pela Inteligência Artificial, que, em sua opinião, traz um “cenário inimaginável”.

Num registo de “otimismo contido”, o presidente da seguradora reforça que este caminho conduzirá a uma oferta “com mais soluções costumizadas e mais soluções holísticas”.  A questão tão atual da proteção de dados gera uma “dualidade que tem de ser gerida da melhor forma possível”.

Sobre os benefícios de curto prazo da tecnologia, o presidente da Tranquilidade acredita que o maior impacto será na informação de base de dados, na análise de risco e na simplificação de processos. “Oferecer maiores propostas de valor aos clientes e aos parceiros são a melhor forma de comunicar”, afirma Jan de Pooter, acrescentando ainda a simplificação de processos com custos mais baixos. Em relação aos benefícios de longo prazo, Portugal pode aprender com experiências de outros países. “É um mercado excelente para aplicação de boas práticas”.

José Alvarez Quintero, administrador da Fidelidade, frisa que a nova economia digital terá impactos no setor. Há muita informação a ser acumulada e isso terá implicação na análise de risco. “Teremos novos operadores com mais informação. Haverá maior proximidade com os clientes”, disse.

Para Isabel Castelo Branco, presidente da BPI Vida e Pensões, as novas tecnologias “mudam muita coisa em todos os setores e implicam desafios”. E uma das principais questões é a assimetria de informação. “Este é um setor que se pauta pela opacidade e quanto maior é a digitalização, mais se reduz a assimetria de informação”, frisou.

Isabel Castelo Branco questionou ainda se o setor poderá sofrer com uma redução maior das margens devido à maior informação do lado dos clientes. Por outro lado, ao terem uma maior capacidade de informação sobre os clientes, surge também a questão de o que é que as seguradoras podem usar em seu benefício.

No que diz respeito às novas regras de proteção de dados, Isabel Castelo Branco sublinhou ainda que considera que “ninguém está preparado”, devido à grande complexidade do tema. “Vamos ter de fazer um esforço muito grande tanto como empresas como como consumidores porque não estamos potencialmente preparados para o que nos espera”.

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