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Novo Banco: Auditoria à reestruturação da dívida de Luís Filipe Vieira ainda está a decorrer

O Fundo de Resolução pediu uma auditoria específica à reestruturação da dívida de Luís Filipe Vieira, que segundo António Ramalho ainda está em curso.
  • António Ramalho
15 Setembro 2020, 16h56

A auditoria pedida pelo Fundo de Resolução à reestruturação da dívida de Luís Filipe Vieira levado a cabo pelo Novo Banco ainda está a decorrer, informou António Ramalho, esta terça-feira, no Parlamento, quando questionado por Mariana Mortágua.

A deputada do Bloco de Esquerda questionou o CEO do Novo Banco sobre o processo de reestruturação das dívidas de Luís Filipe Vieira, recordando que em julho de 2016, o Novo Banco tinha uma exposição ao grupo Promovalor que era 179 milhões superior ao de agosto de 2014, enquanto em dezembro de 2018, a exposição era 60 milhões superior à de 2016.

“Em 2018, a exposição total do Novo Banco a Luís Filipe Vieira era de 760 milhões, com perdas registadas de 225 milhões”, frisou a deputada, realçando que “enquanto em 2014, Luís Filipe Vieira e a Promovalor aparecia como devedora do Novo Banco, em 2018 essa divida tinha desaparecido”.

“A Promovalor já não era devedora do Novo Banco e não era porque o Novo Banco fez uma limpeza através da criação de fundos, nomeadamente em 2017 quando criou um fundo chamado capital criativo”, disse, frisando que a instituição bancária “deu dinheiro ao fundo para comprar as dívida de Luís Filipe Vieira”, pelo que “o Novo Banco já não é credor, é sócio das empresas de Luís Filipe Vieira. Fundo esse que é gerido por uma empresa do filho de Luís Filipe Vieira”.

Mariana Mortágua recordou que o Fundo de Resolução pediu uma auditoria a esta reestruturação, às suas condições e ativos”, questionando António Ramalho sobre “onde é que esta essa auditoria e se a pode entregar ao Parlamento”.

O CEO do Novo Banco afirmou que a auditoria pelo Fundo de Resolução “está em curso”, mas que a auditoria da Deloitte, entregue no Parlamento, é analisada “com detalhe, sem ser encontrado nenhum falho”.

Apesar de frisar que não tem condições para falar de clientes concretos, “não houve em nenhum caso aumento de exposição durante o período. A exposição que se verificou, nalguns casos, imaginando que estamos a falar no grupo económico III é que havia um conjunto de transações económicas que tinha sido feita, colocando ativos em dois fundos de investimento”, acrescentou, sustentando que “pelo contrário, houve uma redução de 60 milhões e houve simultaneamente a constituição de uma sociedade gestora de património que permitiu a consolidação de dívida no valor de 40 a 80 milhões do ponto de vista daquilo que são garantias que não estavam dadas, porque não havia no Novo Banco nenhumas garantias sobre ativos fora de Portugal e que permitiram estruturar esta solução”.

“Mantemos integralmente todas as garantias e que se mantém o direito de opção de venda da nossa participação em relação ao referido investir”, adiantou.

António Ramalho explicou ainda, durante a ronda de perguntas, que a” operação que fizemos no crédito do grupo Economico 2 reduziu durante este período a exposição ao banco e nós aumentamos as garantias entre 40 e 80 milhões. A situação ficou controlada”.

“Sendo verdade que o fundo pode gerir esses ativos, o Novo Banco tem uma opção sobre esse fundo e essa opção tem as mesmas garantias, incluindo garantias pessoais. O que significa que se tudo correr mal o banco fica na situação em que estava antes da reestruturação do crédito”, disse, realçando que, no entanto, “conseguiu mais cash porque entraram novos investidores e mais garantias e novas garantias”.

(Atualizado às 19h29)

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