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Novo Banco com prejuízos de 788,3 milhões de euros

Resultado operacional positivo de 386,6 milhões de euros é a bandeira de António Ramalho para o ano de 2016. O crédito malparado desceu mil milhões de euros.
12 Abril 2017, 17h03

O banco liderado por Antonio Ramalho registou um prejuízo de 788,3 milhões de euros, melhor do que no ano passado (em 15%) em que foram registados 929,5 milhões de euros de perdas. Estes prejuízos resultam de imparidades e provisões no valor de 1,37 mil milhões de euros, o que compara com 1,06 mil milhões em 2015. As imparidades para crédito somam 672,6 milhões. “Este é um passo na direção da solidez do banco. Não nos podemos esquecer que a nossa maior assembleia geral são os nossos clientes”, disse o presidente do Novo Banco.

O resultado de 2016 foi condicionado por fatores não recorrentes: “negativamente pelas provisões, nomeadamente para reestruturação e para o goodwill da atividade seguradora e positivamente pelos ganhos registados com as alterações decorrentes da entrada em vigor do novo Acordo Coletivo de Trabalho do Setor Bancário
(ACT) e na operação de fusão da VISA Europe na VISA Inc. (EUA)”, revelou o banco.

António Ramalho salientou a subida do resultado operacional de 386,6 milhões, mais 209% do que em 2015. Isto à custa do aumento do produto bancário de 11% e redução de custos operacionais de 21,7%.

“Pela primeira vez tivemos uma redução do crédito malparado (NPL) de mil milhões de euros de 12,3 mil milhões para 11,3 mil milhões de euros”, anunciou o presidente do banco. Vamos na direção correta”, diz ainda Ramalho que salienta que pela primeira vez, desde 2014, as contas não têm reservas dos auditores.  No ano passado, a PwC alertava para os riscos da exposição a Angola.

O custo do risco de crédito fixou-se nos 1,99%. Destes, 50 a 60 pontos base são imparidades correntes, o resto são imparidades resultantes do legado que veio do BES.

“Os objectivos da reestruturação foram amplamente cumpridos”, diz António Ramalho. Isto é, reduzir balcões para 537 face a um objectivo de 550; e o banco tinha um número de colaboradores de 6.096 em dezembro, o que traduz uma redução de 1.312 face a novembro de 2015 (data de referência para efeitos dos compromissos assumidos com a DG Comp no âmbito do Plano de Reestruturação) em que o objetivo estabelecido de redução de era de 1.000 a 31 de dezembro de 2016.

“Descemos o número de balcões para 537 quando o compromisso era de 550″.

“Cumprir as exigências de um banco de transição assegura que o Novo Banco poderá assegurar o cumprimento rigoroso dos próximos compromissos”, realçou o banqueiro.

A redução dos custos operativos ultrapassou a meta estabelecida (-150 milhões a 31 de dezembro de 2016).

A redução dos custos operacionais de 204 milhões compara com o valor anualizado de novembro de 2015, e fica acima do compromisso de redução de 150 milhões.

Os custos com pessoal totalizaram 303,5 milhões (-23,7% em relação a 2015), para o que contribuiu a redução, face a 31 de dezembro de 2015, de 1.215 colaboradores (dos quais 176 relativos a atividades em descontinuação).

O rácio de CET 1 (capital) fixou-se em 12% (pior que em 2015 que foi de 13,5%).

O Liquidity Coverage Ratio (LCR) passou de 77% para 107% num ano.

Em termos de negócio deu-se uma redução do crédito, especialmente na carteira internacional, em 3,7 mil milhões fixando-se em 33,8 mil milhões com uma atenuação desta redução ao longo do ano.

Os depósitos totais atingiram 25,6 mil milhões com estabilização a partir de março e houve um crescimento de 900 milhões no quarto trimestre.

Em termos de produto bancário o resultado financeiro cresceu 14,2% com um menor nível de anulação de juros vencidos e beneficiando da redução do custo dos passivos de 54 pontos base.

Na perspetiva do presidente do banco, é evidente “o bom comportamento do resultado financeiro”. António Ramalho sublinhou que o Novo Banco assinalou 112 milhões ganhos em operações financeiras e que uma das intenções da entidade bancária era a de terminar as contas com uma redução nas reservas.

O produto bancário de 977,5 milhões  (+11,1%) com contribuição do aumento do resultado financeiro  (14,2%) e resultados de trading (25,2%).

A subida da margem foi contrabalançada com a queda das comissões de 22,1%. Isto reflete por um lado, as dificuldades de desalavancagem no setor privado (famílias e
empresas) e por outro, os resultados da reconfiguração do perímetro do Grupo com redução do volume de atividade e do perfil de risco do negócio em alguns setores e regiões.

Os serviços a clientes incluem o efeito negativo de 32,9 milhões de comissões pagas pelo Novo Banco no âmbito das suas emissões de dívida garantidas pelo Estado Português (34,4 milhões em 2015).

 

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