O Banco de Portugal atualizou a lista de grandes devedores em incumprimento no Novo Banco em 2019. No fim do ano passado o Novo Banco tinha 35 grandes devedores – definição que inclui uma exposição superior a 43,3 milhões com perda associada – com créditos no valor total, no final do ano, de 1.305 milhões de euros, depois do reembolso de 426 milhões de créditos que tinham um valor inicial de 4.448 milhões.
Estes créditos em 2019 geraram um valor agregado (dos devedores pertencentes a um mesmo grupo económico) de “outras perdas” no valor de 2.828 milhões de euros, o que inclui imparidades para crédito de 1.036 milhões.
A rubrica outras perdas diz respeito a medidas de reestruturação, ao desreconhecimento de exposições (por perdão, write-off, cessão a terceiros com desconto, ou medida similar) e à execução de garantias. Inclui perdas
estimadas (além da imparidade) e perdas realizadas/definitivas registadas nos cinco anos anteriores à data de referência.
Portanto, os 35 devedores que inicialmente tinham uma exposição original de 4.448 milhões, e que reembolsaram apenas 426 milhões de euros, geraram imparidades de 1.036 milhões ao Novo Banco que estão incluídas nas perdas totais, e fecham o ano com uma “exposição à data de referência”, que se refere ao valor agregado bruto do crédito (titulado – incluindo obrigações – e não titulado), financiamento ou garantia concedido ou da participação societária adquirida (relativamente aos devedores de um mesmo grupo económico), no fim do ano, de 1.305 milhões.
Estes dados comparam favoravelmente com os 36 devedores de dezembro de 2018. Um ano antes, o Novo Banco tinha no final de dezembro de 2018 um total de 4.150 milhões em perdas causadas por 36 devedores; imparidades de 2.179 milhões num crédito inicial de 7.366 milhões e que à data da exposição (dezembro de 2018) somava 3.025 milhões. Muito acima do valor da exposição dos grandes devedores em dezembro de 2019.
“Foram consideradas as operações que preenchem os critérios de elegibilidade previstos na lei, nomeadamente as exposições de montante agregado de valor igual ou superior a 43,3 milhões”, diz o supervisor.
Paralelamente, o Banco de Portugal divulgou as perdas com participações financeiras.
Em 2019 as participações em instrumentos de capital eram oito tinham um valor “à data de exposição (31 de dezembro)” de 1.813 milhões o que compara com um valor inicial de 2.760 milhões. O que compara com nove participações em 2018 com um valor a 31 de dezembro de 2.199 milhões (abaixo do valor inicial de 2.784 milhões em 2018.
Ao todo entre créditos e participações financeiras o Novo Banco tinha, no fim de 2019, uma exposição de 3.118 milhões de euros a estes ativos que tinham um valor inicial de 7.208 milhões, dos quais 426 milhões tinham sido reembolsados e estavam registadas imparidades de 1.036 milhões e registadas perdas totais de 2.828 milhões.
Em 2018 o total dos ativos na lista dos grandes devedores somavam 5.224 milhões à data da exposição, abaixo dos 10.150 milhões iniciais e depois de um reembolso de 760 milhões.
As imparidades e perdas em 2018 também foram muito superiores a 2019.
O Banco de Portugal enviou um comunicado sobre a informação agregada e anonimizada relativa a grandes posições financeiras do Novo Banco.
Os dados agregados e anonimizados incluem, para cada grupo económico, o valor da exposição inicial, o capital reembolsado, o montante da exposição à data de referência, o valor das imparidades e outras perdas registadas nos cinco anos anteriores, os tipos de garantias associadas e a existência ou não de ações e medidas de recuperação.
O Banco de Portugal disponibilizou essa informação, em cumprimento da Lei n.º 15/2019, de 12 de fevereiro de 2019.
Trata-se de “informação agregada e anonimizada sobre as grandes posições financeiras do Novo Banco, com referência a 31 de dezembro de 2019, na sequência do pagamento efetuado pelo Fundo de Resolução ao Novo Banco, no dia 6 de maio de 2020, ao abrigo e em cumprimento do disposto no Acordo de Capitalização Contingente, celebrado a 18 de outubro de 2017”.
“O Banco de Portugal disponibiliza ainda, nos termos da mesma Lei n.º 15/2019, e também na forma agregada e anonimizada, uma atualização da informação sobre as grandes posições financeiras do Novo Banco reportadas em 2019”, diz o comunicado, referindo às participações financeiras do banco.
“A informação sobre as grandes posições financeiras é apresentada de forma agregada numa perspetiva de grupo económico, podendo incluir diferentes devedores desde que incluídos no mesmo grupo”, explica o Banco de Portugal.
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