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Novo Banco: PS também quer explicações de Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque

João Paulo Correia reclama justificações do antigo chefe de Governo e da ex-ministra das finanças sobre a Resolução do BES de agosto de 2014 e sobre a primeira tentativa de venda em 2015, argumentando que os prejuízos do Novo Banco remontam a essas datas.
  • Rafael Marchante/Reuters
4 Março 2019, 16h44

O vice-presidente da bancada do PS João Paulo Correia quer ouvir o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e a antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque sobre a venda do Novo Banco.

Em declarações ao Jornal Económico, João Paulo Correia disse ser “importante o ex-primeiro-ministro e ex-ministra das Finanças explicarem a Resolução [do BES de 3 de agosto de 2014] e saber como é que falhou a primeira tentativa de venda em 2015”.

“Não nos podemos esquecer que os prejuízos que o Novo Banco agora apresenta remontam, a essas datas”, acrescentou. Em causa está o anúncio de que a instituição liderada por António Ramalho vai pedir uma injeção de capital de 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução.

Antes disso, João Paulo Correia voltou a frisar, em declarações aos jornalistas, que apoia a auditoria ao Novo Banco, ainda que saliente que “ninguém está a pôr em causa a atual administração” da instituição.

Na sexta-feira, o Ministério das Finanças anunciou que “considera indispensável” a realização de uma auditoria para escrutinar o processo de capitalização deste banco.

“O Novo Banco como todos os bancos que operam em Portugal estão debaixo de níveis regulatórios de rácios de capital que têm que ser cumpridos. Essa gestão obriga muitas vezes à subida das taxas de imparidades, seja no ano de 2018, o nível de imparidades que foi imposto aos bancos portugueses subiu. A gestão que vai ser feita no ano de 2019 será feita por todos os bancos. O Novo Banco não ficará de fora dessa supervisão financeira e dessas regulação, mas temos que confiar na administração que está à frente do Novo Banco e confiamos nesta administração”, disse João Paulo Correia.

O socialista realçou ainda que António Ramalho “aceitou logo de imediato” a proposta de auditoria independente à instituição e que “nenhuma decisão deve ser tomada” sem o esclarecimento público “que vai ser dado no Parlamento e a grande necessidade de avançar rapidamente esta auditoria que foi proposta”.

Questionado sobre a nova injeção de capital, João Paulo Correia salientou que a injecção de capital no Fundo de Resolução estava prevista no Orçamento do Estado para 2019, ainda que “não nesta dimensão, nestes valores tão elevados”.

“Mas o que é certo é que o banco tem que prosseguir a sua vida, de uma vez por todas entrar numa rota de resultados líquidos positivos, temos que dar esse voto de confiança a toda a administração”, referiu. “Ninguém está a pôr em causa a atual administração do Novo Banco, mas os portugueses querem saber o que aconteceu no Novo Banco”.

 

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