O Novo Banco registou prejuízos de 1.058,9 milhões de euros em 2019, avançou a instituição de crédito liderada por António Ramalho à CMVM. Em virtude destes resultados, o Novo Banco irá pedir ao Fundo de Resolução uma quantia de 1.037 milhões de euros. Este prejuízo traduz uma melhoria de 25% face a 2018.
A instituição de crédito explicou ainda que os prejuízos estão relacionados “com o processo de reestruturação e desalavancagem de ativos não produtivos, onde se incluem os projetos Sertorius, Nata II, Albatros e ainda a venda da seguradora GNB Vida”.
O resultado negativo de -1.058,8 milhões de euros decorreu da combinação de uma perda de -1.236,4 milhões na atividade do ‘legacy‘ e de um ganho de 177,6 milhões de euros na atividade do ‘recorrente’.
Destaque para os lucros do banco recorrente de 177,6 milhões, o que compara com o resultado líquido negativo de 77,2 milhões de euros, registado no ano passado. Desde o ano passado que o Novo Banco faz uma distinção entre o banco ‘legacy’, que é o banco “mau”, e o banco ‘recorrente, que corresponde ao banco “bom”.
O resultado antes de impostos evoluiu para 175,3 milhões de euros, acima dos 2,2 milhões registados em 2018.
O produto bancário comercial cresceu 16,6% para cerca de 812 milhões de euros, com a margem financeira e os serviços a clientes a apresentarem crescimentos em 26,9% e 3,7%, respectivamente.
No que diz respeito à qualidade da carteira de crédito, no consolidado, a instituição de crédito liderada por António Ramalho reduziu os créditos não produtivos (NPL) de 6.739 milhões para 3.430 milhões, o que constitui uma redução de 3.308 milhões de euros. Por outras palavras, o rácio de NPL caiu para metade, de 22,4% em 2018 para 11,8% em dezembro de 2019. Foi uma “redução expressiva” dos NPL, salientou António Ramalho, que explicou que o rácio líquido de NPL se situou pela primeira vez nos 5%.
No ‘legacy‘, registou-se uma redução em todas as categorias de ativos em 57,9%, o que equivale a uma diminuição de 6.176 milhões de euros, sendo que a venda da totalidade do capital social da seguradora GNB Vida pesou cerca de 66% nesta redução (4.076 milhões de euros).
A evolução da carteira de ativos imobiliários no balanço do ‘legacy‘ também registou uma tendência de diminuição, que passaram de 3,5 mil milhões para 2,2 mil milhões, o que corresponde a uma redução de 37%, entre 2017 e 2019.
Em igual período, os NPL foram reduzidos em 66%, de 10,1 mil milhões de euros, para 3,4 mil milhões de euros.
Na evolução dos ativos protegidos pelo mecanismo de capitalização contingente (CCA), verificou-se uma redução de 62%, que passaram dos 7,9 mil milhões de euros em 2016 para três mil milhões em 2019, embora o Novo Banco refira que se tratam de valores estimados. O ano de 2016 é a data de referência do CCA.
Assim, o ativo total do ‘legacy‘ foi reduzido em três anos em 70%, de 14,7 mil milhões para 4,5 mil milhões de euros. Em outubro de 2017 deu-se a venda de 75% do capital do Novo Banco ao fundo norte-americano da Lone Star.
No consolidado, a margem financeira subiu 19% desde 2018 para 540,6 milhões. As comissões subiram 3,1% para 323,5 milhões de euros. António Ramalho explicou que optou por não vender carteira de dívida soberana para beneficiar a margem futura. Assim o produto bancário caiu 13,2% para 420,3 milhões.
Os custos reduziram-se em 1,8% para 478,5 milhões, onde se inclui o encerramento de 15 balcões.
As imparidades cresceram 3,18% para 935,4 milhões, pelo que o resultado antes de impostos consolidado caiu 39,4% para -993,6 milhões.
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