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Novo Banco regista prejuízos de 1.059 milhões de euros em 2019

Banco liderado por António Ramalho apresentou prejuízos de 1.059 milhões de euros em 2019.
Cristina Bernardo
28 Fevereiro 2020, 16h41

O Novo Banco registou prejuízos de 1.058,9 milhões de euros em 2019, avançou a instituição de crédito liderada por António Ramalho à CMVM. Em virtude destes resultados, o Novo Banco irá pedir ao Fundo de Resolução uma quantia de 1.037 milhões de euros. Este prejuízo traduz uma melhoria de 25% face a 2018.

A instituição de crédito explicou ainda que os prejuízos estão relacionados “com o processo de reestruturação e desalavancagem de ativos não produtivos, onde se incluem os projetos Sertorius, Nata II, Albatros e ainda a venda da seguradora GNB Vida”.

O resultado negativo de -1.058,8 milhões de euros decorreu da combinação de uma perda de -1.236,4 milhões na atividade do ‘legacy‘ e de um ganho de 177,6 milhões de euros na atividade do ‘recorrente’.

Destaque para os lucros do banco recorrente de 177,6 milhões, o que compara com o resultado líquido negativo de 77,2 milhões de euros, registado no ano passado. Desde o ano passado que o Novo Banco faz uma distinção entre o banco ‘legacy’, que é o banco “mau”, e o banco ‘recorrente, que corresponde ao banco “bom”.

O resultado antes de impostos evoluiu para 175,3 milhões de euros, acima dos 2,2 milhões registados em 2018.

O produto bancário comercial cresceu 16,6% para cerca de 812 milhões de euros, com a margem financeira e os serviços a clientes a apresentarem crescimentos em 26,9% e 3,7%, respectivamente.

No que diz respeito à qualidade da carteira de crédito, no consolidado, a instituição de crédito liderada por António Ramalho reduziu os créditos não produtivos (NPL) de 6.739 milhões para 3.430 milhões, o que constitui uma redução de 3.308 milhões de euros. Por outras palavras, o rácio de NPL caiu para metade, de 22,4% em 2018 para 11,8% em dezembro de 2019. Foi uma “redução expressiva” dos NPL, salientou António Ramalho, que explicou que o rácio líquido de NPL se situou pela primeira vez nos 5%.

No ‘legacy‘, registou-se uma redução em todas as categorias de ativos em 57,9%, o que equivale a uma diminuição de 6.176 milhões de euros, sendo que a venda da totalidade do capital social da seguradora GNB Vida pesou cerca de 66% nesta redução (4.076 milhões de euros).

A evolução da carteira de ativos imobiliários no balanço do ‘legacy‘ também registou uma tendência de diminuição, que passaram de 3,5 mil milhões para 2,2 mil milhões, o que corresponde a uma redução de 37%, entre 2017 e 2019.

Em igual período, os NPL foram reduzidos em 66%, de 10,1 mil milhões de euros, para 3,4 mil milhões de euros.

Na evolução dos ativos protegidos pelo mecanismo de capitalização contingente (CCA), verificou-se uma redução de 62%, que passaram dos 7,9 mil milhões de euros em 2016 para três mil milhões em 2019, embora o Novo Banco refira que se tratam de valores estimados. O ano de 2016 é a data de referência do CCA.

Assim, o ativo total do ‘legacy‘ foi reduzido em três anos em 70%, de 14,7 mil milhões para 4,5 mil milhões de euros. Em outubro de 2017 deu-se a venda de 75% do capital do Novo Banco ao fundo norte-americano da Lone Star.

No consolidado, a margem financeira subiu 19% desde 2018 para 540,6 milhões. As comissões subiram 3,1% para 323,5 milhões de euros. António Ramalho explicou que optou por não vender carteira de dívida soberana para beneficiar a margem futura. Assim o produto bancário caiu 13,2% para 420,3 milhões.

Os custos reduziram-se em 1,8% para 478,5 milhões, onde se inclui o encerramento de 15 balcões.

As imparidades cresceram 3,18% para 935,4 milhões, pelo que o resultado antes de impostos consolidado caiu 39,4% para -993,6 milhões.

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