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Novobanco com lucros de 154 milhões de euros em setembro. Mais mil milhões do que há um ano (com áudio)

No final do terceiro trimestre de 2021 o novobanco apresenta um resultado cuja evolução se justifica pela melhoria dos resultados operacionais do Banco (+32,8%); pela redução dos custos operativos (-3,9%); pelo menor nível de imparidades e provisões (-80,8%; ou seja -673,7 milhões em termos absolutos) e pelo registo em setembro de 2020 da perda de 260,6 milhões de euros na reavaliação dos fundos de reestruturação.
Nova imagem de marca do Novo Banco, em Lisboa, 25 de outubro de 2021. RODRIGO ANTUNES/LUSA
28 Outubro 2021, 17h05

O novobanco aumenta em mil milhões os resultados líquidos num ano. O banco liderado por António Ramalho reportou esta quinta-feira um lucro nos nove meses de 154,1 milhões de euros o que compara com um prejuízo de -853,1 milhões em setembro de 2020. São 1.007,2 milhões de euros de diferença entre um ano e outro.

“No final do terceiro trimestre de 2021 o novobanco apresenta um resultado cuja evolução se justifica pela melhoria dos resultados operacionais do banco (+32,8%); pela redução dos custos operativos (-3,9%); pelo menor nível de imparidades e provisões (-80,8%; ou seja -673,7 milhões em termos absolutos) e pelo registo em setembro de 2020 da perda de 260,6 milhões de euros na reavaliação dos fundos de reestruturação”, revela o comunicado.

O resultado apenas do terceiro trimestre foi de 16,4 milhões o que compara com os prejuízos de 297,8 milhões de euros no trimestre homólogo do ano anterior, ainda assim foi penalizado pelo impacto negativo de -73,5 milhões de euros da operação de troca de dívida (LME).

A margem financeira cresceu 7,3% para 430,2 milhões; as comissões subiram 5,8% para 207,9 milhões; e os resultados de trading somaram 33,7 milhões. Com isto o produto bancário totalizou 672,9 milhões de euros, o que traduz um crescimento de 32,8%.

“A margem financeira e serviços a clientes no valor de 213,2 milhões no terceiro trimestre, apresenta um crescimento face ao período homólogo de 7,3% e 5,8%, respetivamente, que contribuiu para a melhoria do produto bancário comercial em mais 6,8% face ao período homólogo para 213,2 milhões”, diz o comunicado.

“A melhoria da margem financeira reflete a redução das taxas médias dos depósitos, o menor custo de financiamento de longo-prazo e a manutenção da política de preços”, refere o banco.

O resultado operacional core (produto bancário comercial – custos operativos) aumenta para 332,3 milhões, ou seja, um crescimento de 18,9%; face aos nove meses de 2020.

Os custos caíram 3,9% para 305,7 milhões de euros. O cost-to-income, excluindo resultados de mercados e outros resultados operacionais, manteve a sua trajetória de melhoria situando-se em 47,9%, o que compara com 53,2% nos nove meses de 2020 e com 48,1% no primeiro semestre deste ano.

As imparidades constituídas pelo novobanco foram de 159,6 milhões de euros, das quais 115 milhões de euros são imparidades para crédito. Em comunicado, o novobanco diz que as imparidades para crédito incluem 40,2 milhões de imparidade para riscos relacionados com a Covid-19, apresentando uma redução de -70,0% (-268,3 milhões) face ao período homólogo.

O custo do risco foi de 61 pontos base (p.b.), e excluindo as imparidades constituídas nestes primeiros nove meses de 2021 relacionadas com o atual contexto Covid-19, foi de 40 pb, o que compara bem com o sector.

O banco destaca a “continuada redução do rácio de créditos não produtivos (NPL) para 7,3% (quando em dezembro era  8,9%), com aumento do rácio de cobertura de NPL para 81,5% (que compara com 74,1% em dezembro)”, o que segundo a instituição, “é demonstrativo da estratégia de de-risking do balanço refletindo o progresso para, a médio-prazo, alinhar com o rácio médio de NPL dos peers europeus”.

O ponto mais fraco do banco liderado por António ramalho continua a ser o capital. Até porque recebeu menos dinheiro do Fundo de Resolução, ao abrigo do Acordo de Capitalização Contingente, do que o pedido pelo banco.

O novobanco diz no entanto que “continua bem posicionado para apoiar os clientes de retalho e empresas, com o rácio CET 1 a situar-se em 10,9% (rácio de solvabilidade total de 12,8%)”. O banco reporta ainda um rácio de liquidez (LCR) de 151% e NSFR (net stable funding ratio) de 114%.

Recorde-se que o novobanco recebeu a 4 de junho de 2021 o montante total de 317 milhões de euros ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente (CCA), e em relação às contas de 2020.  Adicionalmente, a instituição lembrou que o Conselho de Ministros de 27 de maio de 2021 estabeleceu que “nos termos do Acordo de Capitalização Contingente”, o Fundo de Resolução (FdR) apurou um montante de 429 milhões  de euros. Ficaram assim retidos por imposição do Ministério das Finanças, 112 milhões de euros que estão a ser analisados pela PwC.

O banco apresentou, com referência ao primeiro trimestre de 2021, rácios de capital considerando 429 milhões de euros de CCA a receber, nomeadamente um Rácio Common Equity Tier 1 (CET1) de 11,3% e um Rácio de Solvabilidade de 13,3%, mas o banco liderado por António Ramalho, só recebeu 317 milhões, o que baixou o rácios de capital.

É também verdade que o novobanco tinha pedido 598 milhões de euros para manter os rácios de capital, depois dos prejuízos em 2020 que se situaram acima de 1,3 mil milhões de euros. Mas o Fundo de Resolução mostrou ter dúvidas sobre  166 milhões de euros (por divergências quanto à provisão para operações descontinuadas em Espanha). Mas, por prudência, o novobanco decidiu não reconhecer o impacto destes 166 milhões nos seus rácios. Com a sua inclusão, ficariam nos 12%; sem este valor, o principal rácio de capital CET1 fecharia 2020 nos 11,3%. Mas isto foi antes da suspensão dos 112 milhões.

“O novobanco apresenta um resultado positivo acumulado de 154,1 milhões e o resultado do 3º trimestre foi de 16,4 milhões de euros, sendo o terceiro trimestre consecutivo com resultados positivos”, lembra o banco liderado por António Ramalho. É de lembrar que no primeiro trimestre de 2021 o novobanco reportou os primeiros lucros da sua história ao registar 70,7 milhões de lucro. No segundo trimestre registou 67 milhões), “apesar do impacto negativo da operação de troca de dívida concluída no trimestre (-73,5 milhões) que permitirá poupanças futuras”, reforça o Novo Banco.

Em termos de balanço o novobanco reporta que o crédito a clientes líquido foi de 23,5 mil milhões de euros (24,96 mil milhões bruto) e diz que está estável nos segmentos empresas e particulares (ajustado das vendas de créditos não produtivos).

A evolução dos recursos totais de clientes em 3,2% face a dezembro, traduz um aumento dos depósitos de clientes de 1,6% (+415 milhões) para 26,5 mil milhões de euros, “reflexo da contínua confiança dos clientes no novobanco”, diz a instituição financeira.

O Novo Banco que esta semana mudou de marca para novobanco realça em comunicado o investimento contínuo no negócio digital “no sentido de apresentar uma oferta integrada ao cliente assente no novo modelo de distribuição e transformação digital”.

O banco reporta um crescimento do segmento digital com 53,5% de clientes digitais ativos (+6,5% num ano);

“É o terceiro trimestre consecutivo de resultados positivos. Estamos na rota da rentabilidade, de crescimento e preparados para apoiar as empresas e a economia portuguesa. É um virar de página agora também assente numa nova imagem de marca. Os resultados positivos demonstram o crescimento do negócio sustentável com o produto bancário comercial a crescer 6,8%, ao mesmo tempo que os custos operativos caem 3,9%”, diz o CEO, António Ramalho.

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