O Novobanco apresenta um resultado líquido de 373,2 milhões de euros no primeiro semestre. O que traduz um aumento de 40% face a junho de 2022. No segundo trimestre o lucro do Novobanco somou 224,8 milhões.
O banco diz em comunicado que esse lucro “é demonstrativo da evolução sustentada do negócio e da capacidade de geração de receita e de capital”.
A margem financeira totalizou 524,0 milhões de euros, quase duplicando (+995,5%) face ao período homólogo do ano anterior.
Novobanco terá de cumprir requisitos de capital e passivos elegíveis de 23,47% em 2026
A receita de comissões de serviços a clientes ascenderam a 145,4 milhões de euros, em linha com o primeiro semestre de 2022 (144,4 milhões).
O banco registou uma queda de 67,3% nos resultados de operações financeiras. O desempenho versus o período homólogo foi impactado por ganhos de cobertura de risco de taxa de juro contabilizados em 2022, explica o Novobanco.
Com tudo isto o produto bancário subiu 21,2% para 692,4 milhões de euros.
Os custos operativos atingiram 225,1 milhões, o que traduz um aumento homólogo de 7,8% reflexo da inflação e do “continuado investimento na otimização e simplificação da organização”.
O Cost to Income situou-se em 32,5%, “refletindo as medidas de eficiência implementadas e o desempenho das receitas”.
“A evolução positiva da atividade comercial, num ambiente favorável das taxas de juro, repercutiu-se no crescimento de 62,3% do produto bancário comercial. Este desempenho mais que compensou o efeito da inflação e do investimento na melhoria dos processos do Novobanco, que conduziu a um aumento dos custos operativos de 7,8% (6,3% excluindo os itens de natureza excecional)”, explica a instituição.
O Novobanco viu as imparidades para crédito aumentarem de 19,3 milhões em junho de 2022 para 47,9 milhões em junho de 2023. Ao todo (incluindo todas as imparidades) o aumento foi de 19,8 milhões para 56 milhões num ano.
“O Grupo Novobanco registou no primeiro semestre de 2023 um reforço de imparidades e provisões no montante de 56 milhões, sendo a sua quase totalidade para crédito a clientes e títulos, apresentando estes dois agregados uma ligeira redução face ao 1º semestre de 2022 (-4,4 milhões).
Ainda assim, o banco destaca que o custo do risco de crédito se fixou em 38 pontos base, abaixo dos 40 pontos base do primeiro semestre do ano passado, já incluindo as imparidades para crédito e obrigações corporate, “consistente com o guidance de 2023”.
Os créditos não produtivos (NPL) continuam a registar uma tendência de redução e o rácio de NPL sobre o total da carteira baixou num ano para 4,4%. Mas está ligeiramente pior face a dezembro (4,3%), com o rácio de cobertura em 80,0%.
“Os créditos não produtivos (NPL) continuam a apresentar uma tendência favorável, com redução de 8% face dezembro e 2% face março de 2023, reduzindo para 1.269 milhões de euros. O rácio líquido de NPL situou-se em 0,9% (rácio de NPL de 4,4% com rácio de cobertura de 80,0%, superior à média europeia”, destaca o banco.
Quando se olha para o segundo trimestre, verifica-se que o produto bancário comercial (margem e comissões) foi de de 354,1 milhões, tendo o desempenho da margem financeira (+31,3 milhões face ao 1º trimestre do ano) sido impulsionado por uma carteira de crédito maioritariamente indexada à taxa de juro variável e pelo ambiente favorável das taxas de juro.
Os custos operativos subiram nos três meses 1,1% para 113,2 milhões de euros (107,6 milhões se excluídos os custos de natureza excecional.
No trimestre o montante afeto a imparidades e provisões totalizou 28,3 milhões (dos quais 21,9 milhões para crédito), em linha com o trimestre anterior.
No que toca ao Balanço, o crédito a clientes bruto subiu 1% num ano para 25,8 mil milhões de euros, com os empréstimos a empresas estáveis, mas ligeiramente superiores se considerado exposição a papel comercial, e crédito habitação e consumo também a registar um desempenho positivo. O crédito concedido a empresas representava 55%, crédito habitação 39% e crédito ao consumo e outros 6%.
O banco detalha que nos seis meses, a originação de crédito ascendeu a 1,8 mil milhões de euros em linha com o período homólogo, dos quais 47% a empresas, 44% de crédito habitação e 9% de crédito ao consumo e outros.
Os depósitos caíram 0,7% para 28,2 mil milhões de euros. Já em termos de recursos totais de balanço houve uma subida de 2,5% para 35,7 mil milhões em junho de 2023 face a junho do ano passado.
Em 30 de junho de 2023, o rácio de cobertura de liquidez (LCR) do Novobanco situou-se em 147% e o rácio de financiamento estável líquido em 117%, ambos significativamente acima do requisito regulamentar.
A evolução do rácio LCR reflete o reembolso programado do TLTRO III.
O NSFR (Net Stable Funding Ratio) aumentou para 117%, assim como o buffer de liquidez para 13,8 mil milhões.
O rácio CET 1 fully loaded apresentou um aumento de cerca de 200 pontos base para 15,1%, enquanto o rácio de solvabilidade subiu cerca de 230pb para 17,8%. “Este desempenho evidencia a capacidade de geração de capital do modelo de negócio do novobanco e a disciplina na alocação do capital”, diz o banco.
O rácio de solvabilidade foi também influenciado pelo aumento líquido de 100 milhões de euros de instrumentos Tier 2 após a emissão da obrigação Subordinada Tier 2 de 500 milhões com vencimento em 2033.
O rácio MREL em percentagem de Total Risk Exposure Amount (TREA) situou-se nos 21,2% em junho, “consideravelmente superior aos requisitos MREL”.
O banco, que desde que é liderado por Mark Bourke nunca faz conferência de imprensa com jornalistas, reúne-se hoje com os analistas para explicar os números.
“Apresentamos mais um período de forte desempenho comercial e financeiro, com um crescimento contínuo do negócio, sólidos rácios de liquidez e uma sustentada geração de capital, atingindo 15,1% CET 1 (+200pb face a dezembro). O Novobanco continua a superar as expectativas, reforçando a sua posição como um Banco sólido e independente. Continuamos comprometidos com os nossos clientes, sejam famílias ou empresas, prestando um serviço de excelência e ajudando-os a construir e a garantir o seu futuro”, diz no comunicado Mark Bourke, CEO.
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